A última ceia sertaneja
O Diário - 29 de outubro de 2025
Marcelo Murta
Compartilhar
Um imenso tapete de terra batida desaparece pra lá do fundão de Porangatu do Goiás. Região de pastagens de boi de engorda. Solo sagrado da Pecuária Extensiva. Santa Braquiara que alimenta ruminantes. Palco onde o horizonte de sol beija o céu azul de poucas nuvens. Tempo fechado de surpresa na viagem. Imensa cortina de poeira marrom se levanta como um farol alertando muares e seus montadores. Geada forte no Sertão paulista do lado de cá do Rio Grande ressecou o mato. Focos de queimadas em sítios e fazendas são controlados pelos peões vigilantes. Na frente da tropa surge o Cozinheiro puxando a fila com duas mulas e quatro broacas. Cozinha itinerante. Passa pelo corredor boiadeiro na frente do novo Parque do Peão que comemorava os dois primeiros anos de existência. O Master Chef caipira armou fogão de trempe para a última ceia próximo onde é hoje a escola do SESI na via das Comitivas. "Trazer a boiada com sucesso começou em 1913 e encerrou este ciclo nos anos 80". A última boiada trazida para uma invernada próxima a Barretos aconteceu em 1987. Wilson Pimentel foi o Comissário que registrou este feito histórico. O saudoso fotógrafo Pancho clicou todo o trajeto desta epopeia de mil bois. Da saída a chegada. Lembra João Paulo Martins organizador do concurso da Queima do Alho. João é um dos principais protagonistas do livro "Queima do Alho", Cultura de Sabor Imaterial. Obra publicada por iniciativa da AGCIP - Associação de Gestão Cultural do Interior Paulista a venda na loja do Hospital de Amor com renda total para a entidade Oncológica. Mais uma iniciativa de inclusão Cultural e Social de Os Independentes. Abraços Cavalares.



