Advento: O que Vamos Fazer para que o Senhor nasça novamente em Nossos Corações?
Diocese de Barretos - 5 de dezembro de 2025
Por Padre Pedro Lopes - Vigário Paroquial São Miguel Arcanjo – Miguelópolis-SP
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Estamos iniciando o Tempo do Advento, período precioso na vida da Igreja e cheio de significado para todos nós. Muitas vezes imaginamos que o Advento é apenas a preparação para o Natal, mas ele é mais do que isso: é um convite profundo para recomeçar, rever a vida e permitir que Cristo nasça novamente em nosso coração. Celebramos, sim, a vinda histórica de Jesus em Belém; mas celebramos também Sua vinda diária, silenciosa e transformadora na nossa história pessoal. E celebramos, ainda, a esperança da Sua vinda gloriosa, quando tudo será finalmente renovado. O Advento olha para trás, ilumina o presente e nos faz erguer os olhos para o futuro. Esse tempo litúrgico é marcado por três grandes palavras: espera, vigilância e esperança. Espera, porque somos chamados a aguardar com expectativa aquele que vem ao nosso encontro. Vigilância, porque a fé não pode ser vivida de forma distraída, automática ou adormecida. E esperança, porque sabemos que a luz vence a escuridão, e que Deus nunca abandona Sua obra. Mas o Advento nos faz uma pergunta direta: o que vamos fazer para que o Senhor nasça mais uma vez em nossos corações? Não é uma pergunta teórica. É um convite a atitudes concretas, simples, mas decisivas. O Senhor não força a entrada; Ele bate, espera, chama. A nós cabe abrir. Talvez Cristo esteja pedindo que deixemos nascer dentro de nós um pouco mais de paciência na convivência familiar. Talvez Ele queira nascer na forma de reconciliação com alguém com quem rompemos o diálogo. Talvez Seu nascimento aconteça quando escolhemos dar mais tempo à oração, menos espaço às reclamações, mais atenção aos que sofrem e menos às distrações que consomem nossa paz. O Advento é também tempo de silêncio e interioridade. Em meio ao barulho das compras, dos compromissos e das pressas de fim de ano, a liturgia nos convida a desacelerar. O presépio que preparamos nas casas e nas igrejas não é apenas uma tradição afetiva; é um lembrete de que Deus escolheu a simplicidade para se revelar. Ele continua preferindo corações humildes, disponíveis e abertos. O Senhor vem. Vem sempre. Vem por amor. Que este Advento seja tempo de renovação, de escolhas novas e de coragem para deixar Deus fazer morada em nós. Porque o verdadeiro Natal começa dentro do coração.



