Analfabetismo moderno
O Diário - 13 de outubro de 2025
                  Rogério Ferreira da Silva é cirurgião-dentista
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O novo analfabetismo tem diploma e Instagram. Nunca estudamos tanto, nunca pensamos tão pouco. Temos mais faculdades, mais pós-graduações, mais especializações, mais mestrados, mais doutorados, mas menos capacidade de questionar, de duvidar, de interpretar além da superfície. Uma população que não sabe interpretar textos é mais fácil de se manipular com manchetes. Formados, mas sem qualquer filtro crítico. Doutores que caem em golpes on-line; advogados e jornalistas que compartilham a desinformação sem checagem; professores incapazes de distinguir fato de opinião! Educação de múltipla escolha, a ferramenta perfeita do controle. Nosso sistema treina para passar em provas, não para questionar estruturas. Recompensa quem repete e pune quem diverge. Não é falha, é projeto! Um cidadão que não interpreta textos é incapaz de decifrar as entrelinhas do poder. Sem tempo para pensar, sem tempo para duvidar. Vivemos a Era do resumo do resumo; dos vídeos de quinze segundos, dos tutoriais do “me explica aqui rapidinho” ... A pressa é inimiga do pensamento crítico e aliada perfeita de quem se beneficia com a sua desatenção. Quanto mais rápido você consome, menos profundo é o seu pensamento. Uma sociedade que não pensa é facilmente manipulada, vira massa de manobra em câmaras eco algorítmicas. Elege com emoção e não com a razão. Defende com paixão, não com argumentos. Enquanto isso, quem controla a narrativa, controla o poder. Ter conhecimento não é o mesmo que saber pensar. O seu diploma não é o fim, é só o começo... Questione narrativas oficiais. Duvide de consensos fabricados. Pesquise além da primeira página do Google! E ouça quem o sistema tenta silenciar. Um ótimo domingo para você!



