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Artigos e Pronomes

luciano-borges - 27 de abril de 2024

Artigos e Pronomes

Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais 

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Elementos linguísticos

Advertência: o texto abaixo requer mais interpretação do que compreensão, pois não é necessário completar o sentido fora do texto. Assim, ele próprio se basta. No entanto, é preciso que o leitor entre no jogo das relações lógicas, que as palavras estabelecem entre si, a fim de buscar por cada nova ideia. E, sim, cada parágrafo tem a sua. Boa leitura, ou melhor, boa caçada!

A língua portuguesa, que aprendemos em casa ou na escola, utiliza incríveis seis tipos de pronomes seja na fala, seja na escrita. Há os pessoais, os possessivos, os demonstrativos, os indefinidos, os interrogativos e, por fim, os relativos. Em todas as formas que assumem, importa saber que um pronome substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso.

As palavras “o, a, os, as”, a princípio, tanto podem ser artigos quanto pronomes pessoais. Isso porque o que muda a classe de um termo (artigo, pronome, etc.) está intimamente ligado à disposição das palavras na frase, ou seja, à sintaxe. Por exemplo, em “O livro é este aqui, eu o trouxe agora.”, a vogal “o”, que antecede o verbo “trouxe”, classifica-se como pronome pessoal oblíquo, uma vez que assume o lugar do substantivo “livro” na segunda oração.

Cabe ressaltar que uma unidade mínima com som e significado como “o”, por exemplo, não “nasce” artigo ou pronome. De fato, é a partir da combinação e da relação entre palavras no enunciado que se estabelece a classificação e a função de cada termo. Exemplificando, em “O livro é este aqui, eu o trouxe agora”, a mesma vogal “o”, mas agora a que antecede a palavra “livro, classifica-se como artigo definido, pois ao referir a esse substantivo também o determina.

Outro ponto diz respeito à pessoa gramatical, que pode ser encontrada examinando-se o seu posicionamento no enunciado. Isto posto, a segunda oração do período “eu o trouxe agora”, como já mencionado, contém um pronome pessoal oblíquo, “o”. Tal pronome não apenas corresponde ao substantivo “livro” como também indica a pessoa do discurso, ou melhor, a terceira pessoa gramatical, “ele”, o livro, assunto do qual se fala.

Por fim, não há controvérsia quanto à classificação de que é masculino o substantivo que admite o artigo “o”. Assim é, esse axioma, porque o sistema da língua não admite outras formas. É sempre “o livro”. Logo, o artigo que antecede esse nome o determina como do gênero gramatical masculino. Aliás, substantivos como “o livro”, “a árvore”, e outros tantos, não possuem sexo.

Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais