A dor de origem dentária geralmente apresenta-se de forma aguda, no entanto as condições de dor crônica também são frequentes e incluem desde as Desordens da Articulação Temporomandibular (DTM) até as cefaleias primárias (dor neurovascular). A dor orofacial neuropática é um termo geral utilizado para descrever uma série de síndromes clínicas, que podem ser espontâneas ou desencadeadas por trauma local ou distúrbios sistêmicos. Sintomaticamente, essas síndromes dolorosas podem ser episódicas ou contínuas e muitas vezes são difíceis de distinguir da dor de dente. Todas essas condições dolorosas podem imitar a dor de dente e vice-versa e muitas dessas condições indicam comorbidades com altos níveis de cefaleia tensional e enxaqueca.

Invariavelmente, assim como a maioria dos cirurgiões-dentistas ainda não está familiarizada com as dores de cabeça, os médicos não estão familiarizados com as múltiplas apresentações da dor de dente. A complexidade anatômica da região junto aos possíveis diagnósticos diferenciais levam a terapêuticas tardias resultando em pacientes submetidos a tratamentos equivocados. Estas contínuas intervenções inadequadas também podem complicar e exacerbar a dor que o paciente está sentindo, impedindo um alívio oportuno. Outrossim, devido à apresentação variável da dor de dente, que pode imitar muitas dores crônicas diferentes, incluindo a enxaqueca e as DTM, o diagnóstico pode ser complexo e especializado.

Os cirurgiões-dentistas devem enfrentar o complexo desafio de diagnosticar e tratar a dor de origem neuropática na região orofacial, uma vez que a dor persistente e crônica é mais comum na região de cabeça e pescoço do que em qualquer outra parte do corpo.