As Eliminatórias para a Copa do Mundo: amor ou ódio?
O Diário - 16 de abril de 2025

Kleber Aparecido da Silva é Professor Associado 4 do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais e em Linguística na Universidade de Brasília. Foi Visiting Scholar em Stanford University, Penn State University e CUNY Graduate Center, em New York. É Bolsista em Produtividade em Pesquisa pelo CNPq
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Cerca de 5 bilhões de pessoas assistiram à Copa do Mundo da FIFA, que foi realizada de 20 de novembro a 18 de dezembro de 2022. Muitos acham que eventos esportivos como esse podem fazer muito mais do que só unir espectadores. “O esporte tem o poder de mudar o mundo. Tem o poder de inspirar, tem o poder de unir as pessoas de um jeito que poucas coisas conseguem.” Escreveu Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. “O futebol . . . une [as pessoas] na esperança, na alegria, na paixão, no amor e também na diversidade.” Escreveu Gianni Infantino, presidente da FIFA. Me pergunto, será que as Eliminatórias da próxima Copa do Mundo, ou qualquer outro evento esportivo, pode alcançar esses objetivos tão nobres? Existe uma esperança de termos paz e união nestes tempos tão difíceis?
As Eliminatórias para a Copa do Mundo deste ano tem envolvido mais do que só futebol. Os jogos têm gerado debates sobre problemas políticos e sociais envolvendo direitos humanos, racismos e desigualdades sociais. Mesmo assim, muitos acham que eventos esportivos internacionais como a Copa do Mundo são uma boa diversão. Mas não importa o quanto as pessoas queiram, esses eventos não conseguem trazer uma união permanente. Em vez disso, eles normalmente acabam desvelando atitudes e ações que causam desunião e atestam os sérios e profundos problemas sociais que estão imersos.
Me pergunto: Existe uma esperança de termos verdadeira paz e união? Precisamos de lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem; lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize”. A meu ver, temos que aprender a viver e a lidar com heterogeneidade linguística e cultural presente no mundo. Quando fizermos isto conseguiremos realmente fazer um “gol de placa” ou um “gol de letra”, e vivenciarmos aquilo que Martin Luther King escreveu em certa ocasião: “Eu decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo muito grande para se carregar”. Pense nisto!.