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As exigências do seguimento

Diocese de Barretos - 22 de junho de 2025

As exigências do seguimento

As exigências do seguimento

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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

Ao retomarmos o ritmo normal da vida litúrgica da Igreja, depois da celebração dos tempos fortes da Quaresma e Páscoa que culminaram com a vinda do Espírito Santo, em Pentecostes; a Igreja nos apresenta novamente os textos do evangelho de Lucas nas celebrações dominicais. Hoje, nós nos encontramos diante do relato da confissão de Pedro sobre a identidade de Jesus, seguido do primeiro anúncio da paixão de Jesus e o reforço das exigências para o discipulado. Lucas nos diz que Jesus se encontrava em oração, num lugar retirado, junto com os seus discípulos (v. 18a). A oração é um dos temas mais caros a Lucas. Ele faz questão de apresentar Jesus em oração nos momentos mais importantes da sua vida. Por meio da oração Jesus cultivava a intimidade com o Pai e fortalecia-se no cumprimento da sua missão. Foi justamente num momento de oração que Jesus pergunta aos discípulos sobre a opinião que a pessoas tem a seu respeito. Parece, no entanto, que a pergunta sobre a opinião do povo a seu respeito era apenas um pretexto. O que realmente interessava a Jesus, naquele momento, era a imagem que os discípulos tinham dele e do seu projeto. Daí a pergunta dirigida a eles e prontamente respondida por Pedro: “O Cristo de Deus” (v.20). Embora a resposta de Pedro fosse correta, ela refletia uma visão limitada do apóstolo sobre Jesus. Para Pedro, Jesus era o Cristo que haveria de salvar o seu povo da dominação estrangeira, como um guerreiro esperado e não como o Messias Servo, destinado ao sofrimento, à rejeição, à morte e à ressurreição. Por isso, Jesus ordenou que não contassem a ninguém (v.21), e logo a seguir faz o primeiro anúncio da paixão. O sofrimento e a morte a que Jesus se submete serão a expressão da sua fidelidade ao Pai e ao seu projeto de instaurar o Reino. Na sequência, Jesus apresenta as exigências do discipulado: renunciar a si mesmo, tomar a cruz cotidianamente e segui-lo (v. 23). Três exigências bastante difíceis: renunciar a si mesmo corresponde deixar que Cristo se torne o critério das escolhas e decisões e não a si mesmo; tomar a cruz significa assumir as consequências difíceis e se necessário a perseguição por manter-se fiel ao Mestre; e segui-lo é o mesmo que repetir os seus gestos e caminhar no caminho que Ele caminhou. Por fim, o critério decisivo é estar disposto a perder a vida por causa dele, para poder salvar-se. Jesus ainda hoje continua a interrogar-nos e fazer-nos as mesmas exigências que fez aos Doze que o seguiam. Cabe a nós responder ao que Ele nos pergunta, não só com as palavras, mas com a nossa vida.