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As forças que nos movem

O Diário - 15 de junho de 2025

As forças que nos movem

Rogério Ferreira da Silva é cirurgião-dentista

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Cada uma dessas emoções fundamentais pulsa dentro de nós como motores invisíveis, guiando nossas decisões, reações e caminhos na vida. Elas são forças ancestrais, gravadas em nossa biologia e psique, moldadas pela evolução para garantir nossa sobrevivência mas também nossa humanidade. O medo nos alerta, nos protege. É ele que nos impede de atravessar uma rua movimentada sem olhar, que nos faz hesitar diante do desconhecido. Quando equilibrado, o medo é sabedoria. Mas, em excesso, nos paralisa, nos impede de crescer e de arriscar. Mesmo assim, ele continua sendo um farol nas noites escuras da vida. A raiva nasce do impulso de defender, de romper limites injustos. Ela é a força que se ergue quando algo está errado. Apesar de seu estigma, a raiva é vital: ela nos empurra à ação, à mudança, ao posicionamento. Quando bem canalizada, é coragem e clareza. Mas, quando contida ou descontrolada, pode nos consumir por dentro.
A tristeza é o luto da alma. Ela nos ensina sobre perdas, encerramentos e transformações. Permitir-se sentir tristeza é abrir espaço para cura e sensibilidade. Ela nos conecta com nossa humanidade e nos ensina a compaixão. Ignorá-la é como fechar os olhos para nossa profundidade. E a alegria, enfim, é o que nos expande. É o riso, a celebração, a leveza de estar vivo. Alegria não é apenas prazer momentâneo é conexão, sentido, presença. É ela que nos lembra por que seguimos em frente, mesmo com medo, mesmo com raiva, mesmo tristes. Essas quatro forças não são inimigas entre si, são complementares. Juntas, formam a bússola emocional que nos orienta no mundo. Negar qualquer uma delas é nos fragmentar. Integrá-las é caminhar rumo à inteireza. Porque, no fundo, somos todos movidos por essas quatro chamas. Cabe a nós aprender a ouvi-las, e dançar com elas. Um ótimo domingo para você!