Trabalho da CIHDOTT no hospital mostra que a autorização familiar é decisiva para salvar vidas

Na Santa Casa de Misericórdia de Barretos, cada vida salva por meio de transplantes tem um ponto de partida: o sim da família. Mesmo diante da dor, é esse gesto que transforma potenciais doadores em verdadeiras oportunidades de esperança.

Até agosto deste ano, o hospital registrou 17 notificações de potenciais doadores. Desses, nove se tornaram doações efetivas. Três foram recusadas por familiares e cinco não puderam ser concretizadas por critérios médicos, como idade avançada. Os números revelam o papel determinante da autorização familiar.

Por trás desse processo está o trabalho da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante). A equipe, formada por profissionais de saúde, atua em todas as etapas, desde a confirmação da morte encefálica até a delicada conversa com os familiares.

Segundo a coordenadora da UTI Adulto e da CIHDOTT, Josiane Oliveira de Jesus, o processo segue protocolos rigorosos para garantir ética e transparência. “São necessárias provas clínicas e a avaliação de três médicos diferentes para confirmar a morte encefálica. Só depois é feita a abordagem com a família. A partir daí, tudo depende do sim, que é capaz de salvar muitas vidas”, explicou.

Josiane reforça que, hoje, não é necessário registrar em documentos a vontade de ser doador. Basta que a família autorize. “Por isso é tão importante conversar em vida sobre esse desejo. A decisão dos familiares é fundamental e pode mudar a vida de pessoas que aguardam há anos por um transplante”, afirmou.

Com o apoio da CIHDOTT e a sensibilidade das famílias, a Santa Casa se mantém como referência regional no processo de doação. Cada sim representa não apenas solidariedade, mas a chance de recomeço para quem espera por um órgão.