Levantamento mostra maior impacto entre crianças e presença de vírus como Influenza, VSR e Rinovírus

A cidade vive uma escalada preocupante nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Dados da Secretaria Municipal de Saúde revelam que, em maio de 2025, foram notificados 52 casos da doença, um salto de 550% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando haviam sido registrados apenas 8 casos. O cenário tem pressionado os serviços de saúde, especialmente a Santa Casa de Misericórdia de Barretos, principal referência hospitalar da região.

Segundo o levantamento, os principais agentes virais identificados foram o vírus da Influenza (16 casos), o Vírus Sincicial Respiratório – VSR (12) e o Rinovírus (9). A maior parte dos pacientes internados com SRAG em maio era composta por crianças entre 1 e 10 anos (29 casos), e 23 dos pacientes apresentavam comorbidades pré-existentes. Dois óbitos foram registrados no mês, um deles por Influenza. Nos primeiros nove dias de junho, três novos casos já foram notificados — entre eles, um idoso e outro paciente com doenças crônicas.

SANTA CASA 

A enfermeira Graziela Almeida da Silva, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa, confirmou o impacto expressivo sobre o hospital. “Temos recebido pacientes com demanda de maior cuidado relacionado à síndrome gripal e à evolução dos sinais e sintomas, que se caracteriza como Síndrome Respiratória Aguda Grave. Muitos desses pacientes necessitam de internação, suporte ventilatório e terapia medicamentosa. Barretos teve uma crescente nos casos, e a região também tem reportado pacientes para cá. Atendemos 18 municípios, e isso tem refletido diretamente na nossa estrutura interna”, afirma.

Diante da pressão crescente, a Santa Casa adotou medidas emergenciais, como a suspensão das visitas a pacientes internados em enfermarias desde o último sábado (7). Nas UTIs adulta e neonatal, permanece permitida a entrada de um visitante por dia. O direito a acompanhantes segue garantido para grupos prioritários, como idosos, gestantes e pessoas com deficiência.

MEDIDAS

Com a alta circulação de vírus respiratórios e o risco de disseminação interna, a Santa Casa de Barretos elaborou um plano de contingência. Entre as ações implementadas, estão a retomada do uso obrigatório de máscaras entre os colaboradores, a revisão da cobertura vacinal contra a Influenza entre profissionais e a realização de campanhas internas de imunização em abril.

“Internamente, já revisamos medidas de controle entre os colaboradores. A restrição de visitas é uma medida necessária para proteger tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde. Estamos fazendo a nossa parte, mas é essencial que a população também contribua”, ressalta Graziela.

Ela também faz um apelo à comunidade: “A população precisa aderir à vacina contra a Influenza, especialmente os grupos de risco, como crianças e idosos. Ainda temos uma cobertura vacinal abaixo do ideal. Além disso, quem apresentar sintomas gripais deve procurar uma unidade de saúde o quanto antes e utilizar máscara cobrindo corretamente o nariz e a boca. A prevenção é a chave, principalmente diante de registros de óbitos.”