Cérebro em risco: a cada 3 segundos um novo caso de demência no mundo
O Diário - 3 de outubro de 2025

Maria Luiza De Bonis Lopes, estudante do 1º período do curso de medicina da FACISB, orientada pela profª Maria Luiza Nunes Mamede Rosa
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A central de comando do ser humano é maior do que as estrelas da Via Láctea. Formada por 86 bilhões de células nervosas, chamamos de sistema nervoso a rede de neurônios responsável pelo funcionamento de todas as atividades cotidianas do corpo. Assim como as estrelas não mantêm seu brilho para sempre, o nosso cérebro deixa de se comunicar com eficácia ao longo dos anos — o avanço da idade aumenta o risco desse comprometimento neuronal, sendo muitos deles o que chamamos de demência. A mais comum é a Doença de Alzheimer (DA), uma doença neurodegenerativa que compromete as funções cerebrais. Trata-se de um declínio progressivo na transmissão das informações como consequência da morte dos neurônios em regiões responsáveis pela memória, linguagem, raciocínio e percepção. Embora a origem dessa degeneração seja ainda muito discutida, inúmeros estudos associam a morte neuronal a uma série de fatores como distúrbios genéticos, anormalidades proteicas e estresse oxidativo. Uma vez que os idosos são mais suscetíveis a desenvolver a DA, o aumento da expectativa de vida e o avanço do envelhecimento populacional tem levado a uma maior incidência desta demência no mundo, principalmente nos países menos desenvolvidos. Entretanto, envelhecer não é sinônimo de adoecer, mas deve ser visto como um alerta para manter uma vida saudável. O estilo de vida pode aumentar a capacidade de resistência do cérebro frente a declínios cognitivos e retardar a DA em até 45%, sendo importantes a prática de atividade física regular, alimentação equilibrada, atividades sociais frequentes, evitar fumar e ingerir álcool, além do controle regular da saúde em geral. Além disso, manter a mente ativa é uma forma de estimular o cérebro a promover maior interação entre os neurônios, que se comunicam por meio de moléculas específicas. Uma destas moléculas, chamada de acetilcolina, é fundamental para manter essa comunicação ativa em determinadas populações de neurônios. Na DA, a morte dos neurônios causa uma deficiência de acetilcolina e a comunicação entre as células nervosas que dependem desta molécula diminui gradativamente, causando um déficit cognitivo. Como os neurônios do cérebro não possuem capacidade de regeneração, é importante manter o cérebro ativo prevenindo a morte dessas células, mantendo a comunicação entre elas e consequentemente, a longevidade com qualidade de vida.