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“Com a paz, nada se perde! Com a guerra, pode-se perder tudo!”

Diocese de Barretos - 29 de maio de 2025

“Com a paz, nada se perde! Com a guerra, pode-se perder tudo!”

“Com a paz, nada se perde! Com a guerra, pode-se perder tudo!”

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Por Pe. Ronaldo José Miguel, Reitor Seminário de Barretos.

Hoje, os cristãos católicos romanos celebram a memória de São Paulo VI. Eleito papa em 21 de junho de 1963, Paulo VI é um marco histórico no papado por ter sido o pontífice que concluiu o Concílio Vaticano II, iniciado por seu predecessor, o Papa São João XXIII. Seu pontificado foi marcado pelo impulso dado às conclusões conciliares, pelo empenho nas viagens apostólicas, pela promoção do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, e, sobretudo, pela evangelização do mundo contemporâneo. Foi Paulo VI quem, no ano de 1968, instituiu o Dia Mundial da Paz, celebrado anualmente em 1º de janeiro. Em sua primeira mensagem para essa ocasião, o Papa enfatizou: “É preciso falar sempre de paz. É preciso ensinar o mundo a amar a paz, a construí-la e a defendê-la, contra as premissas de guerra que continuamente renascem. [...] Pensamos que esta proposta interpreta as aspirações dos povos, dos seus governantes e das entidades internacionais que intentam conservar a paz no mundo; das instituições religiosas, tão interessadas em promover a paz; [...] dos homens prudentes que veem quanto a paz é necessária e, ao mesmo tempo, quanto ela se acha ameaçada” (Vaticano, 8.12.1967). O desejo pela paz, presente no coração de São Paulo VI, tem origem no apostolado de seus predecessores. O cardeal Giovanni Battista Montini – futuro Papa Paulo VI – foi estreito colaborador do Papa Pio XII, que, logo no início de seu pontificado, às vésperas do grande conflito mundial, fez um discurso radiofônico suplicando pela paz mundial nos seguintes termos: “Com a paz, nada se perde! Com a guerra, pode-se perder tudo!” (Vaticano, 24.8.1939) Também seu predecessor, o Papa São João XXIII, havia escrito uma encíclica específica sobre o tema, intitulada “A Paz na Terra”, apresentando quatro pilares essenciais para sua promoção, já indicados no subtítulo: “A paz de todos os povos sobre os fundamentos da verdade, justiça, caridade e liberdade” (Pacem in Terris, 11.04.1963). De fato, a temática da paz perpassa os discursos de inúmeros pontífices e nos remete à lembrança de que, já no Antigo Testamento, o profeta Isaías narra uma profecia messiânica na qual os cristãos mais tarde reconheceram seu cumprimento na pessoa de Jesus Cristo, a quem é atribuído o título de “Príncipe da Paz” (Is 9,5-6). O Papa Francisco encerrou seu pontificado insistindo sobre a paz mundial, e Leão XIV inicia o seu firmando-a em suas primeiras palavras: “A paz esteja convosco! Esta é a paz de Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz que desarma, que é humilde e perseverante. Que vem de Deus, do Deus que nos ama a todos incondicionalmente” (Vaticano, 8.5.2025). Diante de uma cultura de guerra e agressividade, será sempre atual o apelo pela promoção da cultura da paz. Cabe a nós promovê-la.