Combate ao câncer de colo de útero é responsabilidade de todos
O Diário - 27 de julho de 2025

Maria Angelica Suedan Souza Lima, estudante do1º período do curso de Medicina da Facisb, orientada pela profª Luciana Souza Jorge
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O câncer do colo do útero afeta a parte inferior do útero, que se localiza no fundo da vagina, e é causada principalmente pela infecção persistente por alguns tipos de papilomavírus humano (HPV) de alto risco, que são transmitidos por relação sexual. Assim, alguns tipos de HPV estão relacionados ao desenvolvimento desse tipo de tumor e outros, à formação de verrugas. A maioria das pessoas tem contato com esse vírus ao longo da vida, mas quase sempre ele é eliminado espontaneamente. No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de tumor mais frequente e a quarta causa de morte entre mulheres. Na fase inicial, a mulher não apresenta sintomas e o diagnóstico de lesões pré-cancerígenas pode ser realizado pelo exame ginecológico preventivo papanicolau, que é indicado para mulheres entre 25 e 64 anos e que já tiveram relação sexual. O diagnóstico precoce do câncer de colo de útero leva à cura em 100% dos casos. Apesar de ser uma doença inicialmente silenciosa e de desenvolvimento lento, na fase avançada, pode causar sangramentos fora do período menstrual ou após a relação sexual, além de corrimento e dor. Assim, o exame ginecológico preventivo, que é simples e rápido, deve ser realizado periodicamente. O uso da camisinha pode diminuir o risco de transmissão do HPV, mas essa proteção não é total, pois o vírus pode ser transmitido mesmo sem penetração e entre pessoas do mesmo sexo. Felizmente é possível prevenir o câncer do colo do útero pela vacinação contra o HPV que é indicada geralmente antes do(a) adolescente ter a primeira relação sexual e é a medida mais eficaz e segura de prevenção contra o HPV, pois estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o vírus. Há uma crença de que vacinar crianças contra uma infecção sexualmente transmissível fará com que elas iniciem a vida sexual precocemente e isso não é verdade. As crianças apresentam resposta imunológica mais efetiva às vacinas do que os adultos, principalmente antes de entrarem em contato com esse tipo de vírus. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente a crianças e adolescentes (meninos e meninas) de 9 a 14 anos. Portanto, falar abertamente sobre o câncer do colo do útero pode ajudar a esclarecer mitos e verdades e, com isso, aumentar o conhecimento, diminuir o medo associado à doença e aumentar as suas chances de cura.