A ocupação dos espaços públicos pela comunidade é um ato de resistência, pertencimento e construção de identidade. Em Barretos, um exemplo vivo dessa força foi o primeiro Sarau no Museu, realizado no último domingo no Museu Ruy Menezes, localizado no coração da cidade.

Mais do que uma apresentação cultural, o evento reafirmou a importância de reapropriar os espaços históricos como centros pulsantes de memória e arte.

A ação merece destaque — e aplausos — pela iniciativa da juíza de Direito Fernanda Vazquez, da historiadora Karla Armani Medeiros e do maestro Franco Pierre, que uniram talentos e propósitos em prol da cultura local. Contudo, é preciso ir além da celebração: é urgente cobrar do poder público municipal o devido cuidado com o prédio do museu. O abandono estrutural contrasta com a riqueza simbólica daquele espaço e do acervo que abriga.

Preservar o patrimônio histórico e garantir estrutura para receber barretenses e turistas com dignidade é mais do que obrigação: é, de fato, um compromisso com o futuro da cidade. Barretos precisa de cultura viva — e de espaços que a acolham. Que o sucesso do primeiro Sarau no Museu sirva também para demostrar, a quem ainda tinha qualquer dúvida, de que cultura também deve ser prioridade.