A primeira vez que li "Estância Turística de Barretos", estranhei. E pensei: o nome da minha cidade mudou. Fui além: será que as pessoas sabem que não foi a primeira vez que isso aconteceu? Acostumamo-nos tanto com "Barretos" que nem imaginamos que algo já foi diferente um dia. E na verdade não foi tanto, afinal "Barretos" sempre esteve como parte do nome deste pedaço de chão.

Todos sabem que o nome Barretos vem da família "Barreto", fundadora da cidade ao doar terras à formação do arraial e à construção da capela em invocação ao Divino Espírito Santo. Surge, então, a primeira denominação ao antigo "6º quarteirão de Araraquara": arraial do "Espírito Santo dos Barretos". Pela linguagem coloquial, era inevitável dizer "dos Barretos" com um confortável 's' adicionado ao sobrenome. (Se isso é um erro gramatical ou não, deixo a celeuma aos especialistas).

Em 1874, ainda como parte do município de Jaboticabal, éramos a "Freguesia do Espírito Santo dos Barretos". Já a partir de 1885, elevando-nos à categoria de vila, passamos à "Vila do Espírito Santo dos Barretos". O que poucos sabem é que naquele ano de 1885, quando a vila era composta por apenas 145 casas, o pedido dos moradores ao governo era que o nome se transformasse em "Vila da Federação".

Após a Proclamação da República, foi sugerido pelo Coronel Almeida Pinto, como vereador, que a comarca do Espírito Santo dos Barretos passasse a se chamar "Comarca da República" - sugestão não aceita. Por fim, foi somente em 1906, pela lei nº 1021, que o nome "Espírito Santo dos Barretos" foi encurtado para "Barretos". Desde lá, há 116 anos, o nome nunca mais mudou. Até que, através da Emenda nº 38, de 8/3/2022, à Lei Orgânica do Município, o nome da cidade foi alterado para "Estância Turística de Barretos" em virtude do título concedido pelo governo de São Paulo.

Ainda assim, seja Arraial, Freguesia, Vila, Comarca ou Estância, o fato é que será para sempre a mesma: a "dos Barretos".