Descarga irregular de água da chuva no esgoto gera colapso durante temporal
Sandra Moreno - 5 de novembro de 2025
FISCALIZAÇÃO: Nilson, superintendente do SAAE confirma medidas
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Prática ilegal sobrecarrega sistema, provoca transbordamentos e está na mira da fiscalização do SAAE
As fortes chuvas que atingiram Barretos no domingo (2) deixaram claro um problema que se repete na cidade: a descarga irregular da água da chuva diretamente na rede de esgoto. A prática, além de ilegal, sobrecarregou a infraestrutura e contribuiu para o transbordamento de poços de visita (PVs) e o retorno de esgoto para residências e vias públicas.
O superintendente do SAAE, Nilson Andrade, explicou que o sistema de esgotamento sanitário foi projetado apenas para receber o volume de esgoto doméstico — de banheiros, cozinhas e lavanderias — e não consegue suportar o grande fluxo de água da chuva.
“É um caos. Quando chove desse jeito, o volume aumenta demais e o esgoto começa a voltar. Só no domingo tivemos 45 ocorrências praticamente ao mesmo tempo. Suja móveis, estraga tudo na casa da pessoa, e fica impossível atender com a agilidade que a situação exige”, afirmou.
Além dos transtornos imediatos, a ligação irregular de calhas e ralos pluviais ao esgoto causa outros problemas: entupimentos com detritos que vêm das ruas e telhados, perda de eficiência das estações de tratamento e risco de contaminação ambiental — afetando córregos, solo e a saúde da população.
Durante coletiva com o prefeito Odair, que apresentou o balanço das ações após o temporal, Nilson destacou que o SAAE já está buscando respaldo legal para intensificar a fiscalização.
“Já localizamos um decreto antigo e, se for preciso, vamos atualizá-lo. Primeiro vamos notificar e orientar os moradores a corrigirem essas ligações. Mas se não houver mudança, as penalidades previstas em lei serão aplicadas”, explicou.
De acordo com o SAAE, a solução correta é manter sistemas independentes: água da chuva deve ser conduzida para a rede de drenagem pluvial ou áreas permeáveis esgoto deve seguir exclusivamente para a rede sanitária. Nilson reforçou que o problema só será resolvido com a colaboração de todos:
“Enquanto acontece na casa do outro, ninguém liga. Mas quando o esgoto volta na nossa casa, o prejuízo é grande. Precisamos eliminar essa falha na cidade inteira para evitar novos transtornos.”



