O câncer na infância e na adolescência é um doença rara e com várias especificidades quando comparada ao câncer em adultos. Constitui a segunda causa de morte por doença na faixa etária de 5 a 19 anos, trazendo à tona a importância da identificação precoce dos seus sinais e sintomas, de forma a reduzir o tempo entre o seu aparecimento e o diagnóstico, aumentando assim a possiblidade de cura.

Suspeitar e fazer o diagnóstico de câncer na faixa etária pediátrica é um grande desafio, pois além de ser uma doença rara, acrescenta-se ao fato de que a maioria dos sinais e sintomas apresentados no início da doença também são comuns à outras doenças mais frequentes, como febre, vômitos, emagrecimento, sangramento, palidez, dor óssea, entre outros.

O diagnóstico precoce é umas das poucas estratégias de prevenção de câncer em crianças e adolescentes, sendo considerado uma das principais formas de influenciar positivamente no prognóstico, permitindo muitas vezes o tratamento menos agressivo, dando maiores possiblidades de cura e menos sequelas decorrentes da doença ou do tratamento.

Na Atenção Básica, como a Estratégia de Saúde da Família (ESF), está o foco para alcançar o diagnóstico precoce, pois é nesse nível de assistência que acontece o primeiro contato da população com o sistema de saúde. Além disso, os profissionais que atuam nessas portas de entrada, possuem grande proximidade e realizam o acompanhamento contínuo das famílias, ficando em uma posição privilegiada para a identificação da doença, o que pode agilizar a suspeita e o diagnóstico de câncer pediátrico.

Dessa forma, evidencia-se que o atendimento das crianças e adolescentes com câncer compreende todos os níveis de assistência à saúde, não estando restrito aos grandes centros especializados, destacando ainda a importância da atenção básica na detecção precoce e no acompanhamento dos pacientes oncológicos.