Direitos Humanos para Humanos Direitos
O Diário - 9 de novembro de 2025
Sargento PM Cipriano Militar aposentado – Diretor de Escola- especialista em Gestão Pública Municipal (UFSJ) / Gestão da Educação Escolar (UFscar) / Mestre em Educação (Unesp)
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Nas madrugadas silenciosas das cidades, há quem durma tranquilo — e há quem não durma. De um lado, famílias que confiam que a segurança pública fará seu trabalho. Do outro, homens e mulheres de farda que saem de casa sem saber se voltarão. Essa é a rotina de quem escolheu proteger, ainda que nem sempre receba o reconhecimento merecido.
Infelizmente, o apoio do governo federal parece distante. Os investimentos em segurança, muitas vezes, ficam presos em discursos e relatórios. Enquanto isso, na ponta, é o policial que encara o perigo real — não o perigo de gabinete, mas o das ruas, dos becos, das vielas onde o medo se esconde.
Curiosamente, até nas favelas, onde o Estado costuma aparecer apenas de forma fragmentada, 80% das pessoas apoiam as ações policiais. Porque o morador da comunidade quer paz. Quer que o filho vá à escola e volte vivo. Quer poder trabalhar, sonhar e viver sem o domínio e a extorsão do tráfico. Ele sabe que bandido não é vítima, e que traficante não é consequência inocente do sistema. Ele entende que as verdadeiras vítimas são os cidadãos de bem — e os próprios policiais que arriscam suas vidas em defesa de todos.
O problema é que, muitas vezes, a narrativa se inverte. O criminoso ganha espaço, o policial é julgado antes mesmo de ser ouvido, e o povo fica refém de uma inversão moral perigosa. Fala-se muito em “direitos humanos”, mas esquece-se que os direitos humanos devem ser, antes de tudo, para os humanos direitos.
Valorizar o policial não é defender abuso. É defender justiça. É reconhecer que por trás da farda há um pai, uma mãe, um filho — um ser humano que escolheu colocar o outro à frente de si mesmo. Enquanto o Estado hesita, eles seguem firmes — de colete, de alma cansada, mas de propósito aceso. Porque, no fim, é isso que os move: a crença de que ainda vale a pena lutar por um país em que o bem não precise pedir desculpas por existir.



