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Doações de sangue não chegam a 30% do necessário

Sandra Moreno - 14 de junho de 2025

Doações de sangue não chegam a 30% do necessário

SOLIDARIEDADE: Eder é vendedor e um dos doadores assíduos do Banco de sangue

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No Dia Mundial do Doador Hemonúcleo reforça a importância da solidariedade nas doações

Este mês  é conhecido como Junho Vermelho, uma campanha nacional de conscientização sobre a importância da doação de sangue. A data que inspira o movimento — 14 de junho — marca o Dia Mundial do Doador de Sangue, instituído pela Organização Mundial da Saúde. Em Barretos, no entanto, a realidade é preocupante: o banco de sangue do Hospital de Amor opera com menos de 30% do estoque ideal, o que compromete diretamente o atendimento a pacientes em tratamento.

Segundo a coordenadora de captação de doadores, Ana Paula Borges Cardoso, a situação é grave e exige atenção constante. “A gente precisa muito de ajuda. Grandes cirurgias, pacientes fazendo quimioterapia, radioterapia, transplantados. Tudo isso gera uma demanda enorme. E quando o número de doadores não acompanha, tudo é impactado. Já enfrentamos momentos de caos, como em outubro do ano passado, quando tivemos que suspender cirurgias e até tratamentos oncológicos por falta de sangue”, relata.

O banco de sangue abastece não apenas o Hospital de Amor, mas também a Santa Casa de Barretos e outras quatro cidades da região. Para manter a rotina com segurança, seriam necessárias cerca de 50 doações diárias — número que hoje não passa de 15, mesmo com campanhas aos finais de semana.

Ana Paula destaca que fatores como gripe, dengue, covid e até o clima frio dificultam a captação. Ainda assim, ela faz um apelo: “Se você teve gripe, espere 7 dias após os sintomas. Dengue, 30 dias. Covid, 10 dias. Mas se está saudável, venha. Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Qualquer tipo sanguíneo é bem-vindo — especialmente O positivo e O negativo, que são os mais usados.”

Entre os exemplos de solidariedade está o advogado Kevin Shimoyama, que doa sangue há mais de 11 anos e já ultrapassou 60 doações, principalmente de plaquetas. “É um sentimento de alívio e gratidão. Por ter saúde e poder ajudar. E se um dia eu precisar, espero que tenha alguém como eu fazendo o mesmo por mim”, diz.

Já o estudante Roger Costa de Souza, de Miguelópolis, doou pela primeira vez após conversa com amigos. “Estava com receio, mas fui bem acolhido. É rápido, tranquilo, e o sentimento de poder ajudar alguém é muito bom. Cada um fazendo sua parte, a gente salva vidas.”

Outro doador frequente é o barretense Éder Vital, 51 anos, com sangue tipo O negativo — considerado universal para doações. “Toda vez que me chamam, eu venho. São 30 ou 40 minutos do meu dia que podem fazer toda a diferença para alguém”, afirma. Os interessados podem procurar o Hemonúcleo do Hospital de Amor, que atende de segunda a sexta, das 7h às 14h, e aos sábados e domingos, das 7h às 11h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone ou WhatsApp: (17) 3321-6600 – ramais 6814 ou 6941.