ELE NÃO SE AFASTA DE NÓS
Diocese de Barretos - 4 de maio de 2025

ELE NÃO SE AFASTA DE NÓS
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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos
A cena do evangelho deste domingo ocorre no mar de Genesaré, ou também chamado de Tiberíades. Lá onde Jesus no início do seu ministério, havia escolhido os seus primeiros discípulos. Desta vez estavam lá apenas sete, entre eles Pedro e João. Haviam trabalhado a noite inteira, como foi na primeira vez que Jesus se aproximou deles, e nada haviam apanhado. Suas redes estavam vazias. Ao amanhecer, portanto, Jesus os saúda e ordena-lhes que lancem suas redes novamente no lado direito do barco; e, eis que se repete o milagre. A rede parecia se romper pela quantidade de peixes. João reconhece Jesus: “É o Senhor!” Utiliza a expressão que será adotada pela comunidade quando se refere a Jesus. Pedro que estava nu, se veste e lança-se ao mar, para ir ao encontro do Mestre. A nudez de Pedro simboliza a sua humilhação. Ele a quem Jesus dispensara tanta atenção o havia negado. Jesus os aguardava na margem com pães e peixes na brasa. Para atender ao pedido de Jesus, Pedro puxa a rede que continha 153 peixes, o número correspondente às nações que acreditavam existir naquele tempo. Assim, o evangelista nos permite compreender que a missão que Jesus confia a sua Igreja se destina a todas as nações e povos. E a cena se conclui com o diálogo entre Jesus com Pedro. Jesus o interroga por três vezes se ele o ama; e, Pedro responde cheio de humildade sabendo que se o negou por três vezes, agora devia reafirmar seu amor por três vezes também. Não nos é difícil compreender que os discípulos e, particularmente Pedro nos representa nesta cena. Muitas vezes nos frustramos diante do pouco resultado dos nossos esforços e, não poucas vezes negamos o Mestre. Ele, porém, não se afasta de nós. Ao contrário, está sempre próximo de nós pronto para nos ajudar a recomeçar. Distante dele pouco podemos, mas com a sua ajuda, veremos realizar-se prodígios, Ele não dispensa a nossa ajuda, mas completa com a sua graça. O que pode nos faltar por causa da nossa fraqueza, não lhe falta pelo seu poder. Por isso, digamos, como Pedro: “Tu sabes tudo! Tu sabes que eu te amo”.