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Endometriose: quando a cólica menstrual não é normal

O Diário - 5 de novembro de 2025

Endometriose: quando a cólica menstrual não é normal

Ana Luiza Mendes Almeida, estudante do 2º período de medicina da FACISB, orientada pela profª Ana Carla Franco Ubinha

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Você já sentiu cólicas tão intensas que atrapalharam suas atividades do dia a dia? Para muitas mulheres, isso não é apenas uma característica do ciclo menstrual, podendo ser sinal de uma patologia chamada endometriose. Mas afinal, o que é essa condição? 

A endometriose é uma doença inflamatória, crônica e multifatorial. É caracterizada pelo crescimento do tecido que reveste o interior do útero — o endométrio — em locais onde ele não deveria estar, como na cavidade abdominal ou em outros órgãos pélvicos. Estima-se que 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva seja afetada pela doença, o que reforça a importância de reconhecer e discutir esse tema. 

O principal sintoma da endometriose é a cólica menstrual intensa e progressiva, que pode impedir a mulher de realizar suas atividades cotidianas. Além disso, o quadro clínico pode vir acompanhado de dor pélvica crônica, dores durante ou após a relação sexual e de desconforto ao evacuar ou ao urinar. Em casos mais graves, a endometriose pode também estar associada à infertilidade.

O diagnóstico da endometriose pode ser desafiador. Seus sintomas podem ser confundidos com outros problemas pélvicos e algumas mulheres naturalizam a dor crônica. Para contornar esse cenário, recomenda-se a investigação médica, com análise de sintomas, antecedentes pessoais e familiares, exame físico e exames de imagens. 

A endometriose não tem cura, mas pode ser controlada com tratamentos que visam aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e preservar a fertilidade. As abordagens variam conforme o caso, podendo incluir analgésicos, medicamentos hormonais ou cirurgia para remoção das lesões em casos graves. O acompanhamento multidisciplinar, com ginecologista, nutricionista, educador físico e fisioterapeuta, é recomendado. Além disso, ajustes na alimentação e a prática regular de atividade física auxiliam no controle da dor, na redução da inflamação e na melhora do bem-estar geral.

Por fim, é fundamental não normalizar dores intensas e manter acompanhamento ginecológico regular. Reconhecer os sinais da endometriose pode facilitar o diagnóstico precoce, possibilitando o início do tratamento e garantindo melhor qualidade de vida.