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Envelhecer é um negócio engraçado 

O Diário - 15 de agosto de 2025

Envelhecer é um negócio engraçado 

Claudia Lima 

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Envelhecer é um negócio engraçado e danado de bom. Você acorda num dia e não precisa mais dizer sim para o que você quer dizer não. Seu rosto, seu cabelo, seu corpo definitivamente criam vida própria e, ou você os aceita, ou ficará lutando contra isso até a morte...tem gente que luta. Fazer o quê? Eu tenho escolhido, boa libriana que sou, aquele meio termo fantástico e ponderado que me concede a graça de brincar com esses cabelos agora mais finos, menos lisos e um pouco brancos. Vou pelos ciclos: ciclos de ser loura, ciclos de ser morena e já pensando quando chegará a vontade do ciclos dos cabelos brancos. Esse desejo ainda não surgiu...sigo então sem ele. O corpo! Ah, meu Deus! Sou avessa às ginásticas nunca fazia a tal educação física na escola. Lá ia meu atestadinho de escoliose. Ontem meu vizinho me disse que é pra eu escolher um esporte que eu goste...qual a dificuldade dele em entender que sempre detestei esportes? Bom, pensando bem, acho que gosto de natação. Natação pode, vizinho? Preciso ir logo nisso pra evitar osteoporose. Essas coisas engraçadas da velhice saltitam nos exames igual nota de boletim, só aumentam, não param de aparecer! 

Glicose: 99

Cálcio: 31 e por ai vai.

Meu boletim de notas agora são os exames médicos. Eu gargalho alto.

Envelhecer é uma coisa muito engraçada. A gente percebe que a mãe estava certa, que o que lemos na Bíblia faz todo sentido e que agora estamos muito mais prontos para a vida. Uns dirão: ah, mas agora seu tempo está acabando. Eu digo debochada: só se for o seu porque o meu está em pleno vôo e a tendência é subir mais alto. Se eu fosse ficar parada esperando morrer não ia pensar na bendita natação pra osteoporose, se é que você me entende.

Eu não estou ficando velha, só estou envelhecendo e vou te dizer: que engraçado que é!