Epidemia silenciosa da dengue: a população sofre!
O Diário - 1 de julho de 2025

Luiza Cavalcante Dias Serra, estudante do 9° periodo do curso de Medicina da Facisb, orientada pela profª Luciana Jorge
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Agora em 2025, Barretos (SP) tem enfrentado uma epidemia de dengue, com taxa de 418,37 casos por 100 mil habitantes, superando a definição de epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de 300 casos (FOLHA, 2025). Desde dezembro de 2024, cinco casos hospitalizados por dengue grave em um hospital público de Barretos evoluíram a óbito e foram notificados à vigilância epidemiológica municipal. A reintrodução do sorotipo 3 do vírus da dengue, ausente há mais de 10 anos, contribuiu para o aumento de casos graves pela baixa imunidade da população (UNESP, 2025). A cidade de Barretos iniciou mutirões de limpeza e aplicação de inseticidas nos bairros mais afetados. O Governo de São Paulo destinou R$ 2,8 milhões para intensificar o combate à dengue na região de Barretos (SAÚDE SP, 2025) e foi criado o Centro de Operações de Emergências (COE) para coordenar estratégias regionais. O surto impactou os serviços de saúde locais, com aumento dos atendimentos ambulatoriais e das internações. A baixa adesão à vacina Qdenga contra dengue, disponível para jovens de 10 a 14 anos, é preocupante, pois apenas 11% receberam a segunda dose (FAPESP, 2025). Infelizmente, a baixa adesão à cobertura vacinal com um todo diminui a prevenção de muitas doenças transmissíveis e que podem matar, o que evidencia a necessidade de políticas públicas eficazes e da participação da população. Ações integradas entre vigilância epidemiológica, educação e saneamento são essenciais para conter a propagação do mosquito Aedes aegypti. A experiência em Barretos reforça que o enfrentamento da dengue exige planejamento contínuo, recursos suficientes e sensibilização da população. É muito importante que a população entenda que dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, qualquer tipo de sangramento, sensação de desmaio ou tontura e lentidão são sinais de gravidade na dengue e que, nesses casos, os serviços de urgência devem ser procurados. Medidas como eliminar os criadouros do mosquito e vacinar a população na faixa etária indicada refletem na diminuição dos casos e no impacto causado nos serviços de saúde. A dengue é uma doença grave e silensciosa e que pode rapidamente levar à morte! A união entre a população e os profissionais de saúde é determinante na batalha contra a dengue, pois juntos, somos a principal força de combate a esta ameaça à saúde pública.