Epifania do Senhor
Diocese de Barretos - 5 de janeiro de 2025

Epifania do Senhor
Compartilhar
Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos
Queridos irmãos. Se no primeiro capítulo do seu evangelho Mateus trata da origem de Jesus, o segundo é dedicado à sua missão, ao destino da sua vida. Jesus é o Messias, um rei à maneira de um novo Davi, maior que o primeiro, e no qual se cumpriram as profecias: a estrela que anunciou o seu nascimento, o nascimento em Belém, a submissão a Deus dos reis da terra, que lhe oferecem os seus dons e O adoram.
Os Magos que pelo fato de não serem judeus e desconhecerem as Escrituras receberão o chamado à salvação em Jesus Cristo. Assim o entendeu a Igreja ao decidir celebrá-los na solenidade da epifania [manifestação] do Senhor: “Que todos os povos venham a integrar-se na família dos patriarcas, e que os filhos da promessa recebam a benção da descendência de Abraão [...] Que todas as nações, na pessoa dos três magos, adorem o Autor do universo, e que Deus seja conhecido, já não apenas na Judéia, mas em todo o mundo, para que toda parte seja grande o seu nome em Israel” (S. Leão Magno, Sermão 3 da Epifania).
O Evangelho não nos diz grande coisa sobre a identidade desses magos. Sua origem e seu número foram especificados por tradições tardias; a mais conhecida tem por base o evangelho apócrifo armênio, que afirma que os magos eram três reis irmãos e originários da Pérsia, de nome Melquior, Gaspar e Baltazar.
Com a pergunta: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?” Mateus introduz por assim dizer, um contraste entre dois reis – Herodes e Jesus – que têm dois modos diferentes de reinar: o de Herodes, cruel e desumano; o de Jesus, cheio de mansidão.
“Vimos a sua estrela no Oriente” – De acordo com a mentalidade da época, o nascimento de personagens importantes estava relacionado a determinados movimentos dos astros, e Deus poderá ter aproveitado essas noções para conduzir os magos a Jesus Cristo. Desse ponto de vista, o sentido da passagem é claro: os magos iniciam o seu itinerário na revelação de Deus na natureza – a estrela – mas atem de passar pela revelação nas Escrituras de Israel para encontrarem o Deus verdadeiro.
Os presentes oferecidos eram muito apreciados no Oriente, para além de terem significado próprio. Santo Hilário de Poitiers vê neles uma confissão do ser de Jesus, que recebe ouro como Rei, o incenso como Deus e a mirra como homem.
Acompanhemos os Magos no seu caminho até Cristo que na mesa da Eucaristia se dá inteiramente a nós. Adoremo-lo como fizeram os Magos diante do Menino e abracemos uma nova vida, como fizeram os Magos que instruídos por Deus retornaram a sua pátria por um outro caminho. Santo Domingo