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Esperança de vida paulista e conquistas no campo da saúde pública

O Diário - 12 de dezembro de 2023

Esperança de vida paulista e conquistas no campo da saúde pública

Esperança de vida paulista e conquistas no campo da saúde pública

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A atual análise da evolução da esperança de vida trouxe à tona mais elementos e significados para os impactos da pandemia, apontando variações na duração média de vida da população paulista no período de 2019 a 2022. Após crescer 1,4 ano entre 2010 e 2019, ocorreram quedas sucessivas em 2020 (-1,1 ano) e 2021 (-2,6 anos), em consequência do aumento da mortalidade durante a pandemia. Já em 2022, os indicadores apontam forte reversão dessa situação, com expressiva redução da mortalidade e importante recuperação na duração média de vida da população paulista (+3,1 anos), que atingiu 75,8 anos. 

Levantamentos da Fundação Seade mostraram que, durante a pandemia, esses dados ressaltaram a dimensão excepcional da mortalidade em contraste com as tendências anteriores associadas à transição demográfica em São Paulo. Esse valor se aproxima daquele observado em 2019 (76,4 anos), sem pandemia, com diferença de apenas meio ano.

As curvas de sobrevivência por faixa etária mostram que em 2022 e 2019 elas são muito próximas na maioria das idades, enquanto a de 2021 recua entre os adultos em direção à curva de 2000, em especial entre os idosos. Por outro lado, a análise detalhada por sexo, tanto na população total como entre os idosos, também revelou importantes tendências de recuperação. Do ponto de vista regional, ambas as regiões analisadas apresentaram recuperação em 2022, permanecendo a RMSP com vida média (76,3 anos) superior à do Interior (75,5 anos).

É marcante a recuperação dos níveis de sobrevivência em face dos anos de vida perdidos durante a pandemia, com evidências de retorno em 2022 a níveis próximos aos do último ano sem pandemia. As Nações Unidas, em seu relatório sobre as novas projeções demográficas (UNITED NATIONS, 2022), apontaram que a esperança de vida ao nascer mundial diminuiu de 72,8 anos em 2019, para 71,0 anos em 2021, com diferenças expressivas entre as diversas regiões e países.

As conquistas alcançadas no campo da saúde pública, nesses anos de pandemia, resultaram em acúmulo de experiências e conhecimentos, possibilitando controle mais amplo e eficaz da contaminação e da mortalidade causadas pela Covid-19, ressaltando-se o papel fundamental que a vacinação tem desempenhado neste processo. Juntos, esses fatores favorecem o ritmo de recuperação dos padrões de sobrevivência e contribuem para a retomada da tendência de crescimento da vida média paulista no futuro.