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Estudantes da Liga Acadêmica de Oftalmologia explicam sobre principais causas de cegueiras

O Diário - 26 de novembro de 2023

Estudantes da Liga Acadêmica de Oftalmologia explicam sobre principais causas de cegueiras

Os oftalmologistas dr. Fernando Heimbeck e dra. Daniela Monteiro de Barros, especialistas em oftalmologia pelo Willis Eye Hospital, no Estados Unidos, são orientadores da Liga Acadêmica de Oftalmologia da Facisb

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Alunos de Medicina orientam sobre o tema com coordenação do Dr. Fernando Heimbeck e da Dra. Daniela Monteiro

Universitários de Medicina da FACISB, que integram a Liga Acadêmica de Oftalmologia (LAOF), realizaram trabalho especial sob a coordenação do especialista em Córnea e Cirurgia Refrativa pelo Wills Eye Hospital (EUA), Dr. Fernando Marco Heimbeck (CRM: 104.673), e também da especialista em Glaucoma pelo Wills Eye Hospital (EUA), Dra. Daniela Monteiro de Barros (CRM:109.939). 

Temas relacionados à principais causas de cegueiras irreversíveis foram abordados pelos estudantes Lara Aguiari, Mirela Cojima Breda Lopes, João Víctor Haddad e Ana Luísa Machado com objetivo de orienta sobre as formas de prevenção. Confira. 

O Diário: O que é Degeneração Macular Relacionada à Idade?

Lara Aguiari – Acadêmica de Medicina:  Como uma das principais causas de cegueiras irreversíveis, tem-se a DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), uma condição ocular que não tem cura e é responsável por afetar a mácula- área na retina responsável pela visão central e detalhada. Essa degeneração é causa mais comum de baixa visão na população americana após 60 anos de idade e pode levar a uma perda progressiva da visão central. É possível apresentar como fatores de risco: idade avançada, histórico familiar de DMRI, tabagismo, exposição à luz solar intensa e obesidade. Em geral, os principais sintomas relacionados, quando aparentes, incluem visão distorcida ou embaçada, manchas escuras no campo de visão central e dificuldade em ver detalhes finos em um ou ambos os olhos. Normalmente, esses sintomas são percebidos em atividades cotidianas como assistir televisão. Além disso, a DMRI pode ser dividida em seca, com degeneração lenta e gradual da mácula, e úmida, marcada por uma progressão da doença mais rápida em relação a perda de visão. O diagnóstico e o monitoramento são feitos por exames de retina, como a angiografia com fluoresceína e também por tomografia de coerência óptica para avaliar as camadas da retina. O diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, especialmente para a forma úmida, são essenciais para preservar a visão de pacientes com DMRI, por isso o acompanhamento oftalmológico rotineiro é sempre relevante. Como uma possível prevenção, pode-se dizer que a adoção de hábitos saudáveis, como não fumar, dieta equilibrada e proteger os olhos da exposição excessiva à luz solar diminui o risco da doença. 

O Diário: Qual é a principal causa de cegueira reversível no mundo? 

Mirela Cojima Breda Lopes – Acadêmica de Medicina: A catarata é a principal causa de cegueira reversível no mundo. Estima-se que 42% das pessoas desenvolverão catarata entre 52 a 64 anos de idade. A catarata é uma condição que afeta o cristalino, uma estrutura transparente localizada atrás da íris dos olhos. O cristalino é responsável por focar a luz que entra nos olhos, permitindo uma visão clara. No entanto, com o desenvolvimento da catarata, o cristalino gradualmente se torna opaco, resultando em uma visão embaçada. As causas da catarata podem variar. A forma mais comum de catarata é a relacionada à idade, chamada de catarata senil. Ela ocorre devido ao envelhecimento natural do cristalino ao longo dos anos. Outras causas incluem lesões oculares, exposição excessiva à radiação ultravioleta, uso prolongado de medicamentos corticosteroides, diabetes e tabagismo. Os sintomas da catarata podem surgir lentamente e se manifestar de diferentes formas. Os mais comuns incluem visão embaçada, dificuldade para enxergar à noite, sensibilidade à luz intensa, visão dupla, cores desbotadas, dificuldade em ler e realizar atividades que requerem uma visão clara. Além disso, alguns pacientes podem experimentar uma mudança frequente na prescrição dos óculos. O diagnóstico é realizado através de exames oftalmológicos e o único tratamento curativo é a cirurgia de catarata ou facectomia. 

O Diário: O que é o glaucoma e como é feito seu diagnóstico? 

João Víctor Haddad – Acadêmico de Medicina: Glaucoma é uma condição ocular que acomete o nervo óptico, cuja saúde e integridade são vitais para uma boa visão. A deterioração do nervo óptico leva a perda progressiva da visão e seu efeito é progressivo, que a pessoa pode não perceber alteração na visão, até que a doença esteja em um estágio avançado. Para diagnóstico do glaucoma, é necessário que o paciente passe por avaliação do oftalmologista, que através do exame oftalmológico cuidadoso mede a pressão intra-ocular. Além disso são necessários exames complementares para o diagnóstico e acompanhamento do glaucoma , chamamos de Propedêutica de Glaucoma . O campo visual , paquimetria e a tomografia de coerência óptica (OCT) são exemplos de exames. 

A cegueira por glaucoma é irreversível porque a visão perdida não é recuperada. Mas vale lembrar que é evitável. Com diagnóstico precoce e tratamento contínuo, pode-se evitar a perda da visão, mantendo a qualidade de vida do paciente.

O Diário: O que é Retinopatia Diabética? 

Ana Luísa Machado – Acadêmica de Medicina: A retinopatia diabética é uma doença vascular secundária ao diabetes. Existem complicações tanto no DM tipo 1 quanto no DM tipo 2. Quando leva à cegueira, é considerada uma das complicações mais trágicas. 

O Diário: O que causa a doença? 

Ana Luísa Machado – Acadêmica de Medicina: Níveis elevados de glicose no sangue induzem uma série de anormalidades bioquímicas e celulares na retina, levando a alterações vasculares na RD, ocasionando  edema e por fim à oclusão vascular e por consequência à neovascularização, onde os vasos sanguíneos frágeis se rompem, causando sangramento e descolamento de retina.

O Diário: Quais os principais sinais e sintomas? 

Ana Luísa Machado – Acadêmica de Medicina: Na fase inicial, a retinopatia diabética não causa alterações na visão, mas à medida que os estágios progridem, pode piorar e causar perda grave de visão e até cegueira. Os sintomas mais frequentes são a diminuição da acuidade visual, visão deformada de objetos e pontos que flutuam no campo de visão, também conhecidos como moscas flutuantes

O Diário: Quais as principais formas de tratamento?

Ana Luísa Machado – Acadêmica de Medicina: A progressão da retinopatia diabética em pacientes com DM1 diminuiu à medida que o controle metabólico melhora. Embora a progressão da retinopatia já estabelecida possa ser retardada com a melhoria do controlo glicémico, esta área é difícil de alcançar, especialmente para mante.

Também há a injeção intraocular de anti-VEGF (agente antiangiogênico), que é uma injeção intraocular de medicamentos que previnem a formação de novos vasos sanguíneos. Outra alternativa é a cirurgia a laser (pantofotocoagulação), em que o laser é usado para selar a vasculopatia retiniana, prevenir vazamento de sangue e reduzir o crescimento de novos capilares. Há também a vitrectomia, que é a cirurgia para remover parte do gel vítreo (o fluido gelatinoso que preenche o olho), bem como sangramento e tecido cicatricial.