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Fantasma não tem carne, nem ossos

Diocese de Barretos - 4 de abril de 2024

Fantasma não tem carne, nem ossos

Fantasma não tem carne, nem ossos

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(Por: Diácono Lombardi)

No capítulo 24 do evangelho de Lucas nós temos o relato da aparição de Jesus, ressuscitado dos mortos, aos chamados “dois discípulos de Emaús”. Estes conversam com um “homem” caminhando com eles como uma pessoa normal: cabeça, tronco, membros! Quando chegam à casa deles, insistem para que o companheiro de caminhada entre, fique com eles, por já ser noite. Servem a ele uma refeição, mas, o homem, ao partir o pão, se revela a eles que é o Senhor Jesus que, imediatamente, desaparece.

Os dois, assustados, mas alegres, decidem fazer toda a caminhada de volta a Jerusalém mesmo sendo noite do primeiro dia da semana. Lucas narra o encontro dos dois com os demais apóstolos assim: “ Os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e porque tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles” (Lc 24,35-43).

Assim acontece com muita gente que, por não conhecer os relatos bíblicos, acham que as pessoas, ao saírem dos túmulos, ressuscitadas, se transformam em “almas” transparentes, sem um corpo... ou as chamam de “fantasmas”.

João nos explica que todos aqueles que ressuscitarem em Cristo “seremos semelhantes a ele” (Jo 3,2). Jesus, que é Deus, nos mostra que ele saiu do túmulo com o seu corpo, glorificado, ou seja, um corpo real, sem limitações de tempo e espaço, mas com um físico diferente no sentido de que não tem mais deficiências e sofrimentos de espécie alguma. Ele, para Emaús, caminhou como uma pessoa normal; nessa aparição aos apóstolos, e agora também na presença dos discípulos com quem tinha caminhado, ele mostra suas mãos, seus pés, permite que seja tocado, e pede comida, e na frente deles come um peixe assado. Afirma categoricamente que não é um fantasma, ou uma “alma”, como muitos imaginam.

Tendo tomado conhecimento sobre tudo isso, Paulo, na primeira carta aos Coríntios, capítulo 15, discorre sobre as diferenças entre um corpo terrestre, que vai para o túmulo, e o corpo celeste que dali sai, já no nível sobrenatural.