Gestos e palavras de amor
Diocese de Barretos - 23 de agosto de 2025

Gestos e palavras de amor
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Por Diác. Matheus Flávio, São Gabriel Arcanjo, Jaborandi-SP
Continuando a leitura da carta encíclica do Papa Francisco Dilexit nos sobre o amor humano e divino do coração de Jesus, temos o segundo capítulo. Nesse capítulo, o Papa aponta para os gestos e palavras de amor que brotam do coração, uma vez que “o Coração de Cristo, que simboliza o centro pessoal de onde brota o seu amor por nós, é o núcleo vivo do primeiro anúncio. Ali se encontra a origem da nossa fé, a fonte que mantém vivas as convicções cristãs” (n.32). Cristo não explica exaustivamente como nos ama, mas manifesta isso por gestos concretos (n. 33). Veio “para os seus” (Jo 1,11), propondo não servidão, mas amizade: “Não vos chamo servos” (Jo 15,15), tornando-se “Deus conosco” (Fl 2,7) (n. 34). Jesus está sempre próximo e aberto ao encontro, pois conversa com a Samaritana (Jo 4,5-7), acolhe Nicodemos (Jo 3,1-2), perdoa a mulher adúltera (Jo 8,11), escuta o cego (Mc 10,51), tocando e curando com ternura (Mt 8,3; Mt 9,29) (n. 35-36). Convida à confiança: “Filho, tem confiança” (Mt 9,2), aproximando-se de pecadores sem se escandalizar, preferindo “a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9,13) (n. 37). Hoje, Cristo continua a buscar-nos, como nos diz “Não vos deixarei órfãos” (Jo 14,18-19) (n. 38). Seu olhar é atento e cheio de afeição (Mc 10,21), percebendo cada pessoa e situação (Mt 9,36; Jo 1,48) (n. 39-40). Reconhece e admira cada gesto de bondade, como o da viúva pobre (Lc 21,2) ou a fé do centurião (Mt 8,10) (n. 41). Essa atenção aprendeu com Maria, que “guardava tudo no seu coração” (Lc 2,19.51) (n. 42). Jesus também nos fala e convida: “Vinde a mim […] que Eu hei de aliviar-vos” (Mt 11,28), pedindo: “Permanecei em mim” (Jo 15,4) (n. 43). Suas palavras revelam amor profundo e sensível, atento às necessidades humanas (Mc 8,2-3) (n. 44). Não escondeu suas lágrimas sobre Jerusalém (Lc 19,41), sua amizade por Lázaro (Jo 11,5.35) e a angústia no Getsêmani (Mc 14,33-34) e na cruz (Mc 15,34) (n. 45). Tudo converge na Cruz, pois “essa é a palavra de amor mais eloquente. Não se trata de algo superficial, não é puro sentimento, não é uma alienação espiritual. É amor. Por isso, quando São Paulo procurava as palavras certas para explicar a sua relação com Cristo, disse? ‘amou-me e a Si mesmo se entregou por mim’ (Gl 2, 20). Esta era a sua maior convicção: saber-se amado. A entrega de Cristo na cruz subjugava-o, mas só fazia sentido porque havia algo ainda maior do que essa entrega: ‘Amou-me’. Quando muitas pessoas procuravam em várias propostas religiosas salvação, bem-estar ou segurança, Paulo, tocado pelo Espírito, soube olhar além e maravilhar-se com o que há de maior e mais fundamental: ‘Amou-me’ (n.46).!