Por Pe. Pedro Lopes, Vigário paroquial São Miguel Arcanjo, Miguelópolis-SP

A figura de Jesus, ao longo dos evangelhos, é retratada como um imã que atraía multidões. Pessoas de todas as classes sociais, condições e crenças buscavam sua presença, ansiosas por ouvir suas palavras e experimentar seu poder de cura e libertação. Mas o que de fato levava tantas pessoas a seguirem Jesus?

Em meio à religiosidade rígida e legalista de seu tempo, Jesus oferecia uma mensagem de esperança e de libertação. Seus ensinamentos eram claros e diretos, mas ao mesmo tempo cheios de compaixão e de amor. Ele falava sobre o Reino de Deus, um reino de justiça, paz e amor, que já estava presente em meio a eles, mas que seria plenamente realizado no futuro.

A multidão era atraída por Jesus não apenas por seus milagres, mas principalmente por sua capacidade de tocar os corações e de oferecer perdão e reconciliação. Enquanto os fariseus se preocupavam em cumprir a lei à risca e condenavam os pecadores, Jesus os acolhia com amor e compaixão, convidando-os a uma nova vida.

A atitude de Jesus em relação aos pecadores era revolucionária para a época. Ao invés de julgá-los e excluí-los, Ele os incluía em sua comunidade, oferecendo-lhes a oportunidade de experimentar o amor misericordioso de Deus. Essa atitude de Jesus continua a nos inspirar até hoje, desafiando-nos a superarmos nossos preconceitos e a acolhermos aqueles que são considerados marginalizados pela sociedade.

A parábola do filho pródigo é um exemplo claro da misericórdia de Deus. O filho mais novo, ao desperdiçar toda a sua herança e se encontrar em uma situação miserável, decide voltar para casa. O pai, ao vê-lo à distância, compadece-se dele, corre ao seu encontro, abraça-o e perdoa-o. Essa parábola nos mostra que a misericórdia de Deus não tem limites e que Ele sempre está pronto a acolher aqueles que se arrependem de seus pecados.

Ao seguir o exemplo de Jesus, somos chamados a ser instrumentos de sua misericórdia no mundo. Devemos acolher aqueles que estão à margem, oferecer-lhes nosso perdão e nossa amizade, e ajudá-los a encontrar o caminho de volta para Deus.

A alegria que sentimos ao ver um pecador se converter é a mesma alegria que experimentamos quando encontramos uma moeda perdida. É a alegria do Pai que acolhe de volta seu filho pródigo. Ao seguirmos o exemplo de Jesus, não apenas ajudamos os outros, mas também nos aproximamos mais de Deus e experimentamos a verdadeira felicidade.