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Humildade, alicerce da vida

Diocese de Barretos - 24 de agosto de 2025

Humildade, alicerce da vida

Humildade, alicerce da vida

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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

Na viagem que Jesus faz à Jerusalém algumas vezes ele aceita o convite para tomar refeição em alguma casa que o acolhe. Numa destas vezes, Jesus estando na casa de um fariseu percebe a disputa que há entre os convidados para ocuparem os melhores lugares, aqueles lugares mais próximos do anfitrião destinados aos convidados mais ilustres. Jesus observando isso põe-se a dizer de que se deve preferir os lugares mais modestos, porque caso o dono da festa se dê conta da necessidade de convidar para estar mais perto dele isso será motivo de orgulho. Mas, o contrário pode acontecer também: o dono da festa seja obrigado a dizer a algum dos convidados mais atrevidos que deem o lugar para alguém que ele gostaria de ter à sua mesa. Não se trata de uma lição de etiqueta que Jesus está dando, mas de humildade. A humildade deve ser o alicerce da vida de todo aquele que quer segui-lo. A humildade nos faz reconhecer nossas qualidades, mas também nossos limites. A humildade não nos permite nos considerar melhor dos que os outros, mas ao contrário reconhecer que precisamos sempre da compreensão e da ajuda dos que nos cercam, pois somos limitados e frágeis. Esta parábola nos faz pensar no que dizia Santa Teresinha: ‘Eu busco sempre o último lugar, porque ninguém haverá lutar por ele”. Sim, o último é o melhor lugar! Mas Jesus não se limita a observar isso, mas vai além: ele vê que na maioria das vezes nós convidamos para nossas festas aqueles que podem retribuir o nosso convite, ou recompensar-nos com seus favores. Jesus diz que deveríamos convidar os que não podem nos retribuir. “Então, tu serás feliz!” é a conclusão de Jesus, pois “tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. Aqui Jesus chama a nossa atenção para a gratuidade. Se nossa lógica for sempre a de dar para receber, de fazer o bem esperando sempre uma recompensa estaremos condenados a sermos infelizes para sempre. A verdadeira alegria, a felicidade está em viver na gratuidade, fazer o bem sem esperar nada em troca, fazer o bem sem ver a quem, como diz o ditado popular.