Esqueci minha senha
(In)dependência ou morte: O desafio de ser brasileiro

O Diário - 6 de setembro de 2025

(In)dependência ou morte: O desafio de ser brasileiro

Aparecido Cipriano - Policial Militar aposentado e Diretor de Escola

Compartilhar


7 de Setembro, data que veste o Brasil de verde e amarelo. Nos livros de História, o grito às margens do Ipiranga ecoa como um marco de liberdade. Mas será que esse grito ainda ressoa em nós? Será que temos consciência do que significa, ou apenas repetimos bandeiras e hinos sem deixar que a emoção passe do peito?

O mundo mudou. Hoje, fronteiras são cada vez mais borradas por telas, mercados e ideias globais. A pergunta que fica é: ainda existe espaço para o patriotismo em meio a essa aldeia mundial? Alguns dirão que não, que o amor à pátria virou coisa de desfile escolar ou feriado prolongado. Outros, no entanto, ainda sentem vibrar uma chama quando ouvem o hino, ainda se emocionam ao ver uma criança carregando a bandeira.

Nos últimos anos, também vimos como os símbolos da pátria foram apropriados por disputas, ora exaltados como armas de um lado, ora rejeitados como se não pertencessem a todos. Esse uso seletivo enfraquece o sentido coletivo do patriotismo, transformando o que deveria ser motivo de união em campo de divisão. 

O que nos falta, talvez, é entender que patriotismo não é só cantar “ou ficar a pátria livre” nas arquibancadas, mas escolher todos os dias se queremos um país mais justo, se lutamos contra a corrupção pequena e grande, se cuidamos da praça em frente de casa. O grito de 1822 não foi só contra Portugal, foi também para cada brasileiro assumir seu papel.

E aí está o ponto, independência não é apenas um símbolo histórico, tampouco um benefício imediato. É uma construção lenta, diária, quase silenciosa. É pagar impostos e cobrar por escolas melhores. É acreditar que essa terra pode ser melhor do que dizem por aí. No fundo, o 7 de Setembro só faz sentido se a gente conseguir transformar o grito de Dom Pedro em um sussurro permanente: independência ainda por conquistar.