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“Isto é o meu corpo, que é dado por vós” (1Cor 11,24)

Diocese de Barretos - 19 de junho de 2025

“Isto é o meu corpo, que é dado por vós” (1Cor 11,24)

“Isto é o meu corpo, que é dado por vós” (1Cor 11,24)

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Por Pe. Ronaldo José Miguel, Reitor Seminário de Barretos.

Hoje, a Igreja Católica celebra a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, popularmente conhecida pela tradicional procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas da comunidade local. É a única ocasião em que a Igreja permite uma procissão pública com o Santíssimo Sacramento fora do templo. A Festa de Corpus Christi surgiu no século XII, em Liège, na Bélgica, motivada por um movimento eucarístico na Abadia de Cornillon. Santa Juliana de Mont Cornillon, superiora da abadia, tinha grande veneração pela Eucaristia e ansiava por uma festa litúrgica em sua honra. Isso se intensificou após ela relatar ao bispo de Liège ter tido uma visão da Igreja sob a aparência de uma lua cheia com uma mancha negra, que interpretou como a ausência de uma solenidade dedicada ao Santíssimo Corpo de Jesus Cristo. No dia 8 de setembro de 1264, o Papa Urbano IV, por meio da bula Transiturus, instituiu a Festa de Corpus Christi para a quinta-feira após a oitava de Pentecostes. Mais tarde, o Concílio de Trento (1545–1563) declarou: “Seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade. E reverente e honradamente seja levado pelas ruas e lugares públicos.” Centro e fonte de toda a vida cristã, a Eucaristia contém o tesouro espiritual da Igreja: Nosso Senhor Jesus Cristo, sacramentalmente presente nos sinais do pão e do vinho consagrados. Nesta solenidade, os fiéis louvam a Deus pelo sublime dom da Eucaristia, alimento e remédio espiritual para os que nela creem. De fato, afirmou Santo Ambrósio, bispo de Milão: “Eu, que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance.” Segundo São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas deveriam comungar com frequência: os perfeitos, para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos, para chegarem à perfeição.” Ao longo da história da Igreja, muitos cristãos viveram a santidade de vida por meio do culto eucarístico. Por isso, não nos faltam testemunhos dos santos sobre este preciosíssimo sacramento. São João Crisóstomo, conhecido como “boca de ouro”, assim descreve a Sagrada Comunhão: “Deu-se todo, não reservando nada para si. Não comungar seria o maior desprezo a Jesus, que se sente doente de amor” (Ct 2,4-5). Entretanto, “este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”, afirma São Gregório Nazianzeno. Maravilhosas também são as manifestações de Santo Agostinho sobre a Eucaristia: “Na Eucaristia, Maria perpetua e estende a sua maternidade.” E ainda: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele.” “Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”