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Jaleco: mais que um uniforme, um equipamento de segurança

O Diário - 6 de novembro de 2025

Jaleco: mais que um uniforme, um equipamento de segurança

Breno Corrêa de Souza Romano Calil, estudante do 2º período do curso de Medicina da FACISB, orientado pela profª Vânia Soares de Oliveira e Almeida Pinto

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Popularmente, o jaleco é conhecido como um uniforme que caracteriza o médico e outros profissionais da saúde. No entanto, sua importância vai além disso. 

Antes do século XIX, a vestimenta médica tinha uma função essencialmente simbólica, servindo como um fardamento de autoridade acadêmica, carregado do caráter místico dos médicos-sacerdotes. Posteriormente, com o avanço da ciência, a medicina passou a compreender a verdadeira origem das infecções: os microorganismos. Invisíveis a olho nu, esses agentes podem transmitir doenças de um indivíduo para outro, inclusive por meio de superfícies ou instrumentos contaminados. Nesse contexto, emergiu a necessidade de um traje que fosse capaz de atuar como barreira física entre o profissional e o paciente, reduzindo o risco de contaminação cruzada. 

Assim, nasce o jaleco moderno que, gradativamente, passou a ser utilizado pelos profissionais médicos. Com o tempo, o jaleco foi reconhecido como um Equipamento de Proteção Individual (EPI), tornando-se instrumento obrigatório de biossegurança.

Estudos reforçam sua relevância: uma pesquisa publicada pelo “American Journal of Infection Control” analisou 149 jalecos de profissionais da saúde e constatou que 23% estavam contaminados por Staphylococcus aureus, sendo que 18% desses casos eram cepas resistentes à meticilina (MRSA), uma das bactérias mais temidas nas infecções hospitalares (Treakle et al., 2009).

É importante salientar que a eficácia do jaleco depende totalmente da sua utilização adequada, higiene e do respeito ao modelo padronizado, ou seja, jalecos de mangas longas, fechados, confeccionados em tecido apropriado e na cor branca, de modo a facilitar a visualização de manchas e reforçar a limpeza e o zelo. Se não houver esses cuidados, ele pode se transformar em veículo de transmissão, ao invés de uma barreira protetora.

O jaleco, portanto, não deve ser visto apenas como um uniforme do médico, mas também como um equipamento de segurança essencial, cuja correta utilização protege tanto quem o veste quanto toda a comunidade.