João Batista – A Voz que Não se Calou Diante da Verdade
Diocese de Barretos - 29 de agosto de 2025

João Batista – A Voz que Não se Calou Diante da Verdade
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Por Padre Pedro Lopes - Vigário Paroquial São Miguel Arcanjo – Miguelópolis-SP
Nesse dia 29 de agosto, a Igreja celebra o martírio de São João Batista. Ele é o único santo do qual celebramos o nascimento (24 de junho) e a morte. E por que isso? Porque sua vida e seu martírio têm muito a nos ensinar. João foi aquele que preparou os caminhos do Senhor. Viveu no deserto, pregou a conversão, batizou multidões, inclusive Jesus. Mas sua missão não parou por aí. João não teve medo de anunciar a verdade, mesmo quando ela incomodava os poderosos. Ele denunciou o pecado de Herodes, que vivia com a mulher de seu irmão, e por isso acabou preso. No fim, foi decapitado a pedido de Herodíades, que não suportava sua voz profética. João nos lembra que a verdade tem preço. E que muitas vezes, quem vive com fidelidade ao Evangelho pode ser perseguido, criticado ou silenciado. Mas também nos mostra que vale a pena ser fiel até o fim. Seu martírio é sinal de coragem, coerência e entrega total a Deus. No mundo de hoje, onde tantas vozes se calam por medo, João Batista continua sendo um exemplo de quem não se vendeu, não se omitiu e não se curvou. Ele não buscava agradar, mas servir a Deus. Sua liberdade interior vinha da sua fidelidade a uma missão maior que ele mesmo. No nosso cotidiano, o martírio de João nos convida a não silenciar diante das injustiças. Não precisamos gritar nas praças a fora, mas podemos ser vozes firmes no ambiente de trabalho, na família, nas redes sociais. Basta não compactuar com mentiras, não espalhar o que desagrega. Ser cristão é, muitas vezes, remar contra a maré, com humildade, mas com firmeza. João também é modelo de humildade. Ele sabia que sua missão era preparar o caminho e desaparecer: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3,30). Que grandeza há nesse gesto! Em tempos de tanto ego, vaidade e busca por aplausos, João nos aponta outro caminho: o da entrega silenciosa, que aponta sempre para Jesus. Neste dia, peçamos a Deus a graça de sermos profetas no cotidiano, com coragem, humildade e fidelidade. Que a voz de João continue ecoando em nós e que, como ele, sejamos capazes de dar a vida — aos poucos ou de uma vez — por aquilo em que acreditamos.