* 18/05/1942 | + 17/07/2020

Estamos completando hoje o quinto ano do resto de nossas vidas sem José Paulo de Andrade, e vamos buscar exatamente nas ondas do rádio sua voz inconfundível nas vozes de dezenas de jornalistas e apresentadores que aprenderam com o Mestre “Zé Paulo” a arte de dominar o microfone e transmitir a notícia com zelo, confiança, sabedoria, imparcialidade e autenticidade.   

É gratificante lembrar a figura do grande mestre da comunicação, que transcendeu o top do jornalismo, para se eternizar como pensador libertário e incentivador - seus programas eram verdadeiras aulas para formar jovens talentos como locutores, ancoras, mediadores e jornalistas. 

O José Paulo, um Guerreiro da madrugada, comandava um timão no “O Pulo do Gato” da Radio Bandeirantes, ia entrando nas nossas casas com o brado: olha a aula, olha hora... nos orientava com o tempo, com o trânsito, com a economia e com as notícias para a gente sair de casa bem informado.

Na simplicidade didática do Zé Paulo, ele comunicava com todas as camadas sociais; rico e pobre, bilionário e paupérrimo, letrado e analfabeto, taxista e dono de carrão... todos entendiam a mensagem.

Querer arrumar encrenca com o José Paulo é falar mal da cidade de São Paulo. A Capital era seu xodó.  E quando precisava pedia ajuda para Caetano Veloso que dizia “suas várias obras convivem naturalmente com a poesia concreta de suas esquinas e a alegria discreta de suas meninas. ” 

José Paulo definia São Paulo como uma grande maquete vista de cima, a cidade era o seu tesouro espalhado pela paisagem urbana, e exaltava, não dá mais para imaginar a capital dos paulistas sem seus espaços icônicos e turísticos como a Pinacoteca de São Paulo, o Parque do Ibirapuera, o MASP, e o Sambódromo do Anhembi.

Cinco anos já  foram-se desde a sua despedida deste pedaço de chão rumo à eternidade; mas José Paulo de Andrade não morrerá jamais, porque dificilmente teremos outro rei do jornalismo, como não teremos outro rei da bola como Pelé.

Ano após ano, o que sempre faremos com prazer enquanto por aqui estivermos, é  honra-lo além de lembrar e compartilhar sua vida, obra, e visão social, para eterniza-lo por completo, para que as novas gerações também o conheçam. Também iremos guardar sua voz em nossas memórias e torcer para que os nossos ouvintes e amantes do rádio continuem tratando com carinho este nosso grande tesouro. 

Que a voz do José Paulo viva dentro dos nossos corações!