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Mais um Maio Amarelo se encerra

O Diário - 1 de junho de 2025

Mais um Maio Amarelo se encerra

Carlos D. Crepaldi Junior. Advogado especialista em Gestão e Direito de TrânsitoEx-Conselheiro do CETRAN-SP . Diretor da ABATRAN

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Mais um mês de maio chega ao fim e, com ele, encerram-se também os holofotes voltados ao trânsito. Desde sua criação, em 2014, o movimento Maio Amarelo tem como principal objetivo a conscientização da sociedade para a redução de mortes no trânsito, mas a dura realidade é que os números continuam altos, e as metas traçadas seguem distantes de serem alcançadas.

Afinal, por que não avançamos? Seriam falhas nas campanhas, que em muitos casos se limitam ao mês de maio, como se a prevenção tivesse prazo de validade? Ou o problema estaria nos próprios condutores, que parecem cada vez menos dispostos a rever seus comportamentos? A verdade é que, ao invés de evoluir, a postura de muitos motoristas regride. A intolerância aumenta, a pressa domina, e o caos do cotidiano acaba por se refletir no volante.

O problema é estrutural, cultural e comportamental. Não se trata apenas de campanhas, mas de um sistema que precisa ser revisto. O processo de formação de condutores prepara para a prova, mas não para a vida real no trânsito. Faltam empatia, consciência e, principalmente, continuidade. Educação no trânsito não pode ser evento; precisa ser processo permanente.

Não seria o momento de repensarmos a forma como educamos e habilitamos motoristas no Brasil? De deixarmos de lado ações pontuais e começarmos a construir políticas consistentes, que durem o ano todo? Enquanto debatemos soluções a passos de tartaruga e com influência política, vidas continuam sendo perdidas. Famílias continuam sendo devastadas. E milhões de reais seguem sendo gastos com atendimentos que poderiam ser evitados. Recursos que poderiam, inclusive, ser investidos em educação e mobilidade urbana.

O Maio Amarelo termina, mas a luta pela vida no trânsito precisa seguir, todos os dias, vez que conscientização que dura apenas 30 dias por ano não salva vidas. O que salva é o compromisso diário de cada um de nós com a mudança.