Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

No texto evangélico que ouvimos neste domingo (Lc 12, 32-40), Jesus procura confortar os discípulos a quem ele se refere como “pequenino rebanho”. Ele sabe que os discípulos se sentem despreparados, inseguros e incertos diante do futuro que Ele lhes anuncia. Por isso, Jesus os tranquiliza convidando-os a confiança nele e lhes diz que é preciso estar sempre vigilantes. “Não tenhas medo, pequeno rebanho” é a primeira recomendação que Jesus lhes faz. Jesus diz a eles e a nós que nossas vidas estão nas mãos de Deus que é nosso Pai e que cuida de nós assim como com os lírios do campo e as aves do céu. Nós muitas vezes nos sentimos presos pela desconfiança e de angústia, pelo medo de falhar, de não ser reconhecido e amado, de não sermos capazes de realizar todos os nossos projetos. Buscamos muitas vezes ansiosamente a solução para os nossos problemas, de encontrar um meio para nos destacar, de alcançar o bem estar financeiro e econômico. Jesus nos diz que confiemos no Pai que nos deu o seu Filho e com Ele o seu Reino e acompanha-nos sempre com a sua providência, cuidando de nós todos os dias! Mas confiança não é o mesmo que preguiça; ao contrário ela nos torna vigilantes; pois vigilância é expressão de amor que nos torna atentos aos outros, às suas necessidades, é a disposição em ouvir e acolher sempre, a estar prontos. “Ficai cingidos, em prontidão”. Trata-se de uma expressão de Jesus que reaparece muitas vezes nos evangelhos.  Jesus se serve de três parábolas para falar dela neste texto que ouvimos Em todas elas a mensagem consiste que é preciso estar acordado, não adormecer, nem se distrair, não ceder à preguiça interior, pois quando menos esperarmos eis que o Senhor vem. E quanto o Senhor chegar haverá de nos pedir as contas dos bens que nos confiou; pois para ele todos precisamos ser responsáveis pelo que nos foi confiado. Santo Agostinho dizia: “Tenho medo que o Senhor passe e eu não o veja”. Estas palavras tão cheias de luz e unção ficam como uma lição para nós.