Necessitamos da vida de oração
Diocese de Barretos - 11 de novembro de 2025
Necessitamos da vida de oração
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Por Pe. Matheus Silva, Vigário São João Batista, Olímpia-SP
A vida de oração é o coração que pulsa dentro da existência cristã. Sem ela, nossa fé corre o risco de se tornar um simples conjunto de ideias, ritos ou tradições exteriores, sem verdadeira ligação com Deus. A oração é encontro, é diálogo, é entrega; é colocar-se diante daquele que nos criou, que nos ama e que nos sustenta. Quando cultivamos a vida de oração, aprendemos a reconhecer a presença amorosa do Senhor no cotidiano, nos acontecimentos simples e até mesmo nas provações. Por isso, cuidar da vida de oração não é um detalhe opcional, mas uma necessidade profunda da alma que deseja permanecer em Deus. Em um mundo marcado pela pressa, pela dispersão e por uma infinidade de estímulos, o silêncio interior tornou-se um dos maiores desafios. Frequentemente, vivemos como se não houvesse tempo para Deus. Porém, é justamente na rotina corrida que a oração se revela ainda mais essencial. Ao reservarmos diariamente um momento para rezar, estamos entregando a Deus não apenas palavras, mas também o nosso tempo, a nossa atenção, o nosso amor. É um gesto de confiança que afirma: “Senhor, tu és a prioridade da minha vida”. A oração também fortalece o coração para enfrentar as dificuldades. Quando rezamos, colocamos nossa vida nas mãos de Deus e aprendemos que não estamos sozinhos. A experiência da oração nos ensina a esperar, a confiar, a discernir e a caminhar segundo a vontade divina. Ela ilumina o olhar, acalma as inquietações, cura feridas interiores e nos convida a olhar para o próximo com mais misericórdia. Uma vida sem oração tende a endurecer o coração; ao contrário, a oração o torna mais dócil ao Espírito Santo. Além disso, a oração nutre a caridade. Quem reza, aprende a amar com mais profundidade. A contemplação do amor de Cristo desperta em nós o desejo de imitá-Lo, servindo com generosidade. A oração não nos afasta do mundo, mas nos envia de volta a ele com um coração renovado, disposto a ser instrumento de paz, esperança e compaixão. É por isso que os santos insistiam: não há verdadeira vida cristã sem vida de oração. A santidade não é fruto apenas de boas ações, mas de um coração unido ao Coração de Deus. Por fim, cuidar da vida de oração é reconhecer que somos criaturas dependentes do Criador. É admitir que não somos autossuficientes, que carecemos da graça. Na oração, deixamos Deus ser Deus em nós. E é neste encontro silencioso e profundo que se realiza a verdadeira transformação espiritual. Que cada cristão possa cultivar fielmente seu momento diário de oração — seja diante do Santíssimo, com a Bíblia aberta, com o terço entre as mãos, ou na simplicidade do quarto interior. Pois quem cuida da oração cuida da própria alma, e quem se coloca na presença de Deus jamais permanece o mesmo.



