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Nossa vida tecnológica

O Diário - 26 de abril de 2024

Nossa vida tecnológica

Mario Luiz RibeiroAdvogado, professor universitário, Mestre e Doutor em Direitoe-mail: [email protected]

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Esta semana Gilberto Gil, de 81 anos, fez uma afirmação que destoa de alguém com essa idade. Disse ele que experimentar novas tecnológica é uma espécie de dádiva, uma felicidade!

Em regra, uma pessoa octogenária, geralmente não tem grandes afeições por ferramentas tecnológicas. Na verdade, grande parte daquelas que conheço tem medo, aversão, receio que vai dar errado ou que cairá em golpes.

As novas tecnologias de comunicação e informação são facilitadoras. Vivenciamos, a Quarta Revolução Industrial (ou Indústria 4.0), com a aplicação das Novas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (NTDIC). Com isso há uma forçosa e necessária reconfiguração das relações entre as pessoas, estabelecida em uma nova lógica de tempo, distância e espaço e, consequentemente, de velocidade (que é exatamente a conjugação de distância e tempo entre dois espaços).

Para Kai-Fu Lee autor de uma obra sobre Inteligência Artificial (IA) os milênios anteriores de progresso demonstraram a incrível capacidade dos seres humanos de inovar tecnicamente e de se adaptar a essas inovações, treinando-se para novos tipos de trabalhos e relações.

De todo modo, é constatável que as revoluções têm apresentado um conjunto de semelhanças, mas sempre sendo a origem de um dilema: de um lado, positivo, pois proporciona a diminuição da força física (nas primeiras revoluções) e mental do ser humano (nas revoluções atuais) e provoca uma aceleração na satisfação das necessidades da sociedade; na outra ponta, é encarado negativamente, pois exige um grau elevado de especialização e exclui aqueles que não se adaptam à nova realidade.

Por conta da velocidade que essas últimas inovações chegaram, elas têm provocado um agregado de enfermidades mentais, seja com ansiedades, pressões e depressões, sensação de incapacidade.

Saber estabelecer os limites pessoais é essencial para que possamos enxergar as novas tecnologias como um presente divino. Quem sabe assim possamos caminhar no mesmo sentido de Gil.

Mario Luiz Ribeiro

Advogado, professor universitário, Mestre e Doutor em Direito

e-mail: [email protected]