A poetisa gaúcha Maria Elisa Carpi enviou um “vídeo” com o depoimento de seu filho sobre “o amor como instrumento de educação”. A história é real. O garoto Fabrício Carpinejar nasceu em 23 de outubro de 72. Quando foi matriculado na escola, o diagnóstico foi de “retardo mental”, incapaz de condições para aprender a ler e escrever. A mãe passou tudo em silêncio, pedindo a direção escolar uma segunda chance em “dois meses”.  Maria Elisa criou jogos educativos, jogo da amarelinha, quebra-cabeças, jogo da forca. A laje na frente da casa era a lousa e a pedra era o giz. O menino confessou que nem sabia que estava tendo aula, pensando que estava de férias com sua mãe em casa. Em dois meses, Fabrício voltou para a escola lendo e escrevendo melhor que seus colegas de sala de aula. Foi uma lição definitiva: diagnóstico não é destino. Na hora em que você tem o amor como instrumento de educação, ninguém segura esta pessoa.

Fabrício Carpinejar é gaúcho de Caxias do Sul. Filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi, fez jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, colocando grau em 95. Em 1998 passou a assinar Fabrício Carpinejar, unindo seus dois sobrenomes, lançando o livro de poesias “As solas do Sol”. O menino diagnóstico como incapaz de ler e escrever recebeu o Prêmio Nacional Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores, na categoria Revelação e Estreia, em 2000.

Há um depoimento do cronista e poeta enfatizando a beleza criativa e pura de Maria Elisa. Fabrício Carpinejar observou que “a gente tem uma noção equivocada que nós nascemos nos amando. O amor próprio, e até o termo sugere isto, parece que é nosso desde sempre. Mas não. Algum ensina você a se amar. Você não sabe se amar. Quem me ensinou a amar foi a minha mãe. E digo: por mais que eu me ame, eu nunca vou chegar perto do amor que ela tem por mim”.

Lições poéticas, reais e verdadeiras, maravilhosas e motivadoras, destacando o amor para a vida, a família e a educação.