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O constante cuidado de Jesus em nos advertir

Diocese de Barretos - 10 de outubro de 2025

O constante cuidado de Jesus em nos advertir

O constante cuidado de Jesus em nos advertir

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Por Padre Pedro Lopes - Vigário Paroquial São Miguel Arcanjo – Miguelópolis-SP

No Evangelho desta lemos Jesus dirigir palavras firmes a algumas cidades que presenciaram seus milagres, mas não se converteram: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!”. A advertência pode parecer dura, mas revela algo profundo: a fé não pode ser reduzida a espetáculo ou curiosidade; ela exige resposta de vida. As cidades citadas por Jesus viram sinais extraordinários, ouviram sua pregação, experimentaram de perto a presença de Deus. Ainda assim, permaneceram indiferentes. O problema não foi a falta de luz, mas a recusa em acolher a graça. Aqui está um ponto que nos toca diretamente: quantas vezes também nós recebemos sinais claros da bondade de Deus e, mesmo assim, deixamos que tudo passe como se fosse apenas coincidência ou algo sem importância? A indiferença espiritual talvez seja uma das maiores tentações do nosso tempo. Vivemos cercados de informações, imagens, estímulos. Facilmente nos acostumamos até com aquilo que deveria nos maravilhar. O risco é que a fé se torne apenas mais um elemento da vida, sem transformar o coração. O Evangelho, porém, não se satisfaz em ser um “detalhe” na nossa rotina: ele é chamado à conversão. Jesus conclui afirmando: “Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos rejeita, a mim rejeita”. Escutar os discípulos, escutar a Igreja, escutar a Palavra é, na verdade, escutar o próprio Cristo. Rejeitá-los, por outro lado, é fechar-se ao próprio Senhor. Aqui, Ele nos lembra que a fé não é vivida isoladamente, mas em comunhão. É na Igreja, através dos irmãos e irmãs, que sua voz continua ecoando. Diante dessa mensagem, somos convidados a um exame sincero: como tenho respondido aos sinais de Deus na minha vida? Tenho acolhido sua Palavra com disponibilidade, ou me acostumei a escutá-la sem permitir que ela me transforme? A advertência de Jesus não quer nos assustar, mas despertar. Ele deseja corações atentos, capazes de se abrir à graça. Não deixemos que a rotina nos roube a novidade do Evangelho. Que a Palavra de Cristo encontre em nós terreno fértil, onde possa gerar frutos de conversão e de vida nova.