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O fracasso do homem

Diocese de Barretos - 12 de novembro de 2025

O fracasso do homem

O fracasso do homem

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Por Pe. Flávio Pereira, Vigário Catedral, Barretos-SP

Por diversas vezes ouvimos de nossos pais, quando éramos pequenos: “engole o choro, você precisa ser forte”, ou até mesmo frases semelhantes a estas. A vida, desde sempre cobrou a todos uma postura mais fria, mais madura e mais pontual, não permitindo erros, mas uma vivência dos sentimentos de forma não prolongada. Não distante a isso, fomos crescendo, fizemos amizades, pessoas entraram e saíram de nossas vidas naturalmente e, quando nos demos conta, já éramos adultos, com responsabilidades em nosso trabalho, pagando contas, cuidando de filhos, da casa, etc. No entanto sempre que caminhávamos na vida, tínhamos que aprender a lidar com situações e até mesmo contorná-las, para que não viessem a nos ferir, mas, por vezes, cansamos de ser fortes o tempo todo e desmoronamos no choro, na angústia, depressão ou mesmo na repreensão de nossos sentimentos, porque de alguma forma e em algum momento, fomos frustrados na vida, decepcionando quem amamos e sendo decepcionados, assim, sonhos antes tidos como metas de vida, morreram dentro de nós, mas nem sempre isso é ruim, pois demonstra que estamos vivendo a vida adulta, sendo cobrados por ela e por uma postura que não nos permite erros, fracassos e parar. Será que fracassamos quando erramos? Nossos sentimentos não podem ser explorados a ponto de podermos assimilá-los? Perguntas como essa ecoam dentro de nós, e diante de uma falha, parece que tudo o que fizemos anteriormente – e que obtiveram êxito – foi simplesmente erros e fracassos. Viver os sentimentos a ponto de não suprimi-los ajuda o homem a crescer enquanto pessoa; repreendê-los só coloca a pessoa em uma prisão, que ela mesmo criou e não é capaz de sair. Cair e levantar são realidades inerentes ao ser humano e, se não aprendemos a nos levantar após a queda, após um erro, colocaremos em nós mesmos um estigma que nos rotulará para sempre. Diante de algo que deu errado há somente duas saídas (e acredito que para tudo nessa vida seja assim): ou aprendemos como nossos erros e os transformamos para que sejam transpostos e superados, ou então nos cedemos ao fracasso e colocamo-nos em um patamar de ‘incompetente’ e como é horrível tais rotulações em uma pessoa. A vida é feita de momentos, os quais podem ser altos e baixos, e, como vamos lidar com cada um deles depende em muito de nossa maturidade física, emocional, religiosa e mental. Nós somos muito mais do que os outros nos definem, e precisamos acreditar nisso, pois esta é a força que nos move e que nos conduz até Deus, pois Dele é que nos vem a força, uma vez que Paulo nos diz: ‘Eis porque sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte’