O homem e seus amigos
O Diário - 30 de julho de 2025

Rosa Carneiro é empresária, escritora e integrante da Academia Barretense de Cultura
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Tudo é aprendido por meio de histórias ouvidas, vivências e experiencias lidas ou vividas. Nos áureos tempos de colégio, com mais ou menos 15 anos de idade, ouvi uma história de um professor muito preocupado com a educação de seus alunos. Na ansiedade de viver, sonhar e divertir-me, normal em uma adolescente, não dei muita atenção à história, mas também não a esqueci.
O professor contou que um homem tinha três amigos. Um dia ele foi avisado que passaria para o outro lugar em poucos dias. Convidou um dos amigos para acompanhá-lo, mas não obteve sucesso, pois o amigo disse que não podia, mas pagaria sua passagem. Não bastava para o homem, pois ele não queria atravessar a porta sozinho. Então, convidou o segundo amigo que também se recusou, dizendo que o levaria somente até a porta, não dava para ir mais além. O homem convidou o terceiro amigo, que se prontificou a acompanhá-lo através da porta e para onde ele fosse mandado. O homem ficou feliz, agradeceu ao terceiro amigo e os dois juntos atravessaram a porta tranqüilos.
“Vocês podem me dizer os nomes desses amigos?” pergunta-nos o estudante hoje, homem experiente nos seus sessenta anos.
Não? Então escutem: “o primeiro amigo é o dinheiro, ele somente paga nossa pagassem, e nesta hora não resolve nada para nós.
O segundo amigo é a família, que por mais que faça por nós, somente pode nos levar até a porta e lamentar nossa perda.
E o terceiro amigo? O terceiro amigo são as boas ações que juntamos através dos anos vividos e que seguem conosco para sempre e para o outro lado.
“Compreendi isto tardiamente”, disse o estudante, hoje homem feito. O que fiz de minha vida foi juntar riquezas materiais e grandes contas bancárias.
E agora? Estou próximo da porta, não tenho mais tempo para as boas ações. Como atravessar a porta de mãos vazias?”