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O risco da indiferença

Diocese de Barretos - 25 de janeiro de 2025

O risco da indiferença

O risco da indiferença

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Por Seminarista Matheus Flávio, 4º de Teologia.

É muito comum ouvir pessoas falando da falta de amor que existe no mundo diante as tantas situações ruins que infelizmente acontecem. Por outro lado, é possível perceber a concretude do amor como lemos na Primeira Carta de São João 4, 11-12: “Caríssimos: se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós”.

Frente a essas palavras podemos refletir um pouco sobre como estamos amando a Deus e aos nossos irmãos. Será que procuramos viver esse amor concretamente em nossas vidas ou ele está somente nas palavras e aparências? A forma de amar que São João se refere não é a de mandar todos os dias emojis de coração pelas redes sociais, nem de falar perfeitamente sobre o amor e as virtudes e muito menos daquele “amor” visto algumas vezes no banco da igreja, onde ali parece amar a todos e fora destrói a vida de outras pessoas com fofocas, intrigas e calúnias.

Somos convidados a dar um passo a diante daquilo que o mundo nos propõe, que é não amar a Deus, não buscá-lo, “amar” os irmãos com frieza, distância, arrogância e assim trocar o amor pela indiferença. E quanta indiferença... na família, no trabalho, na sociedade, mas sobretudo a indiferença que cresce no coração. Se o amor não ocupa espaço em nosso coração, abre-se terreno para a semente da indiferença, que a princípio parece inofensiva. As decepções, falhas e outras limitações vão plantando em nós a grande ferramenta da indiferença: “ah não é problema meu..., isso não faz mais parte da minha vida..., não tenho nada a ver com isso...”

Então, é preciso estar atento a tudo isso e cultivar sempre o amor a Deus que se traduz em amor aos que estão a nossa volta e são nossos irmãos. O Papa Francisco fez uma colocação muito oportuna sobre esse tema: “Se uma pessoa diz: ‘Eu, para estar bem limpo, só bebo água destilada’: você morrerá! Porque isso não serve para a vida. O verdadeiro amor não é água destilada: é água todos os dias, com os problemas, com os afetos, com os amores e com os ódios, mas é isso. Amar a concretude, o amor concreto: não é um amor de laboratório. Isso nos ensina o apóstolo, com essas definições assim tão claras. Mas existe uma maneira de não amar a Deus e de não amar o próximo um pouco escondido, o que é indiferença. ‘Não, eu não quero isso: eu quero água destilada. Eu não me envolvo com o problema dos outros’. Você deve, para ajudar, para rezar”.

Que o Senhor e a Virgem Maria nos ajudem a preenchermos os espaços do coração com amor e assim não sermos indiferentes a nós mesmos e aos outros.