Cerca de 20% da população mundial já experienciou, ao menos uma vez, acordar e não conseguir se mexer. Esse fenômeno agonizante, embora pareça sobrenatural, é explicado pela ciência como paralisia do sono. O período do sono interrompe a vigília e é dividido em quatro fases, que se iniciam com o sono mais leve e evoluem até a fase 4, de sono mais profundo. Entre a vigília e o sono profundo existe a fase REM, fundamental para manter as funções cognitivas, como a memória e o aprendizado. Durante essa fase, a atividade cerebral é tão intensa quanto no período em que se está acordado. Sendo assim, para que o corpo se proteja de acidentes, ele impede que haja movimentação corporal nesse período (exceto os olhos e a respiração). A paralisia do sono ocorre quando a mente desperta durante a fase REM antes que a movimentação do corpo esteja ativa novamente. Em alguns casos, essa experiência pode ser acompanhada por alucinações auditivas, visuais e táteis, gerando sensação de pavor, podendo durar de segundos a alguns minutos. As causas da paralisia do sono ainda não são totalmente compreendidas, mas sabe-se que algumas pessoas têm maior predisposição a vivenciar esse fenômeno, como aquelas que sofrem com transtornos de ansiedade ou estresse pós-traumático. Além disso, irregularidades no sono e hábitos inadequados antes de dormir, como o consumo de álcool, tabagismo, poucas horas de sono e até mesmo a posição de dormir (especialmente de barriga para cima), estão associados a uma maior frequência desses episódios. Portanto, adotar uma boa “higiene do sono” é uma prática eficaz que ajuda a prevenir essa condição. Manter horários regulares para dormir e acordar, evitar o uso excessivo de telas ao menos uma hora antes de deitar, garantir um ambiente escuro, silencioso e confortável, evitar cafeína, álcool, cigarro e refeições pesadas à noite, além de praticar atividades relaxantes como a meditação, são práticas fundamentais. Esses hábitos ajudam a mitigar os efeitos da ansiedade e do estresse, melhorando a qualidade do sono e diminuindo a ocorrência da paralisia do sono.