Obesidade infantil: um desafio que começa em casa
O Diário - 20 de novembro de 2025
Estella Costa Leite, estudante do 4° período do curso de Medicina, orientada pela profª Thais Kataoka Homma
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Os primeiros anos de vida são decisivos para o crescimento, o desenvolvimento e, principalmente, a formação de hábitos na rotina dos indivíduos. Quando esses hábitos incluem uma alimentação desequilibrada e a falta de atividades físicas na infância, aumenta-se o risco de uma condição que cresce cada vez mais: a obesidade infantil.
Desde a pandemia, o número de casos de obesidade infantil tem aumentado como consequência não só do consumo elevado de alimentos ultraprocessados, mas também do uso excessivo de telas. Atualmente, as crianças deixaram de brincar em espaços abertos, como parques e praças, e passaram a permanecer dentro de casa, consumindo apenas vídeos e jogos em seus aparelhos eletrônicos.
A obesidade infantil é o aumento do peso corporal além do considerado saudável para a idade e altura da criança. É uma condição multifatorial, ou seja, relacionada a diversos fatores: genéticos, emocionais , comportamentais e socioeconômicos. A manifestação mais aparente é o acúmulo excessivo de gordura; no entanto, os sintomas ultrapassam o aspecto visual, envolvendo sérios impactos físicos na saúde, incluindo dificuldade para respirar, dores nas articulações, atraso no desenvolvimento motor e problemas posturais. Além disso, pode gerar severas repercussões psicossociais, como depressão, ansiedade e falta de autoestima, frequentemente associadas ao bullying e à exclusão social praticados na escola. Trata-se de uma condição muito séria, que não deve ser negligenciada, visto que aumenta, de forma significativa, o risco de doenças crônicas e complicações ao longo da vida. O excesso de peso na infância, quando não tratado, pode levar ao aumento do colesterol, à hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
Por isso, é importante que a mudança de hábitos se inicie em casa o quanto antes. A oferta de alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, verduras e cereais, poderá reverter esse quadro. É essencial estimular a prática de exercícios físicos e brincadeiras que gastem energia e não incluam o uso de telas. Pensar nos hábitos definidos na infância é pensar na qualidade de vida e nasaúde a longo prazo das crianças.



