Os efeitos do uso indiscriminado de remédios para emagrecer
O Diário - 2 de dezembro de 2025
Leticia Menezes Guérfe – estudante do 4º período do curso de medicina da FACISB, orientada pelo prof. Eduardo Marcelo Candido.
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A incessante busca por um corpo magro e saudável, as propagandas nas redes sociais e a associação da obesidade com a incidência de doenças sistêmicas têm feito com que as pessoas que buscam o perfil estético ideal optem pelo uso dos anorexígenos ou pela combinação de medicamentos para emagrecer. Um dos mais utilizados é a semaglutida, conhecido popularmente pelo seu nome comercial (Ozempic). Embora ela (semaglutida) seja aprovada pela ANVISA para o tratamento da obesidade, seu uso para fins estéticos sem orientação e acompanhamento médico pode trazer riscos a saúde, como problemas dentários, cardiovasculares, metabólicos e neurológicos, além de alterações como ansiedade, insônia, ilusões, crises de hipertensão arterial, arritmias e alterações do humor. A rápida redução de gordura corporal, inclusive na face, leva à diminuição do volume subcutâneo, podendo resultar em efeitos adversos como flacidez, rugas e aparência envelhecida, além de proporcionar falta de disposição e de energia que, somado à baixa ingestão de proteínas, leva a uma maior perda de massa magra. Há também uma maior associação com o risco de desenvolver transtornos alimentares (TAs), com estudos recentes indicando aumento na incidência de anorexia e bulimia nervosa, em jovens entre 15 e 24 anos. É preciso lembrar, também, que muitos dos resultados rápidos obtidos com medicamentos não são duradouros, pois não houve mudança no estilo de vida e consumo, causando o famoso “efeito sanfona”, caracterizado pelo rápido emagrecimento, seguido pelo ganho de peso logo após a pessoa parar de tomar a medicação. Assim, o exercício físico e a reeducação alimentar são as primeiras e principais estratégias que os médicos e nutricionistas pedem aos pacientes, pois garantem resultados mais duradouros. Entretanto, se o paciente mesmo com a mudança não consegue esses objetivos, o uso das medicações associadas ao exercício e uma boa alimentação tem sim uma boa expectativa de resultados. Basta que essa medicação tenha sido indicada pelo médico(a) que o acompanha.



