Esqueci minha senha
Os perigos da epilepsia não diagnosticada

O Diário - 26 de julho de 2025

Os perigos da epilepsia não diagnosticada

Larissa Bertaggia Giacomelli, estudante do 3º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pelo prof. Robson Aparecido dos Santos Boni

Compartilhar


A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta pessoas em todo o mundo. Ela ocorre quando há descargas elétricas anormais no cérebro, que interferem no funcionamento dos neurônios. Essas descargas causam as chamadas crises epilépticas, que podem se manifestar de maneiras muito diferentes — desde episódios leves até situações mais graves, com convulsões, perda de consciência e movimentos involuntários do corpo.Existem diversos tipos de crises epilépticas. Algumas pessoas têm apenas um olhar fixo por alguns segundos e logo retomam o que estavam fazendo, sem nem perceber o que ocorreu. Outras podem apresentar tremores nos braços e pernas, rigidez muscular, salivação excessiva, mordedura da língua e até perda de controle urinário. É importante lembrar que nem toda crise envolve convulsão — muitas passam despercebidas ou são confundidas com distrações ou desmaios. As causas da epilepsia são variadas. A condição pode surgir após lesões cerebrais, como traumatismos cranianos, tumores ou acidentes vasculares cerebrais (AVC). Também pode estar relacionada a infecções no sistema nervoso central, malformações congênitas, ou fatores genéticos. Um dos maiores desafios no enfrentamento da epilepsia é o diagnóstico tardio ou incorreto. Muitas pessoas convivem com as crises por anos sem saber que têm epilepsia, o que aumenta os riscos e prejudica a qualidade de vida. Sem tratamento, as crises podem se tornar mais frequentes e mais intensas, aumentando a chance de acidentes, como quedas e afogamentos, além de afetar funções cognitivas importantes, como memória, atenção e aprendizado. Existe ainda o risco de morte súbita relacionada à epilepsia (SUDEP), principalmente em pessoas com crises não controladas. Por tudo isso, é fundamental que qualquer suspeita de epilepsia seja investigada por um médico neurologista, que poderá solicitar exames, como o eletroencefalograma (EEG), e iniciar o tratamento adequado. Reconhecer os sinais e buscar ajuda médica é o primeiro passo para garantir segurança, saúde e qualidade de vida às pessoas com epilepsia.