O Ozempic é um medicamento aprovado pela ANVISA para o tratamento somente do diabetes tipo 2. Para esta indicação, este medicamento deve ser administrado como injeção sob a pele, uma vez na semana. Em sua composição há a substância “semaglutida”, que ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue e sinalizar ao cérebro a sensação de saciedade. No entanto, um dos efeitos deste medicamento é o emagrecimento, por isso, muitas pessoas recentemente têm procurado usá-lo sem prescrição ou orientação médica para perda de peso. Dessa maneira, sua aplicação sem indicação e acompanhamento médico vem crescendo cada vez mais e as consequências dessa prática tornou-se assunto de debate entre especialistas.

A “febre” do uso do Ozempic para o emagrecimento, em muito, se deve pela divulgação dos resultados pelos usuários de redes sociais, como o TikTok e o Instagram, em que comparações de antes e depois mostram resultados de perdas de peso efetivas em pouco tempo, estimulando a procura desse medicamento, sem alertar sobre os possíveis riscos de sua utilização. A aplicação da “caneta” do Ozempic sem a devida prescrição de um profissional especializado pode acarretar inúmeras consequências maléficas para o organismo, sendo as mais comuns náuseas, vômitos, diarreia, fadiga e dor abdominal. Além disso, a maneira de usá-lo (1 vez por semana) foi estudado para o tratamento do Diabetes tipo 2, então não se sabe se esta dose é segura para pessoas sem a doença. Portanto, sua utilização sem indicação médica pode causar quadros ainda mais graves como lesões no fígado ou na vesícula biliar principalmente em pacientes com algum grau de insuficiência prévia.

Portanto, é de extrema importância que o processo de emagrecimento seja sempre realizado de maneira saudável e responsável, priorizando não o resultado a curto prazo, mas sim um estilo de vida que seja equilibrado, com uma alimentação regrada e com a realização de atividades físicas. É fundamental uma consulta com um médico especializado para que seja avaliado a necessidade do uso do Ozempic, com as doses ajustadas para cada pessoa, para que dessa forma não haja prejuízos para a saúde do paciente.

Camila Adário Gonçales, estudante do 5º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pelo prof. Lucas Borges Pereira