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“Pax romana”, Ordem e Progresso, e a Paz de Cristo

Diocese de Barretos - 30 de abril de 2024

“Pax romana”, Ordem e Progresso, e a Paz de Cristo

“Pax romana”, Ordem e Progresso, e a Paz de Cristo

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(Por: Diácono Lombardi)

“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha Paz” (Jo 14,27).

Jesus, que é Deus feito homem, sabendo que estava perto o término de sua missão aqui na Terra, começou aos poucos se despedir de seus apóstolos, e numa dessas despedidas desejou a eles essa PAZ, que é diferente de todas as outras que geralmente são falsas. Ele mesmo afirma que essa PAZ não é igual à paz que o mundo acha que tem e pratica.

Como exemplo, a própria Paz do império romano, que em seu tempo dominava também a Palestina, consistia em manter seus domínios numa paz à força de seus exércitos, que não toleravam qualquer subversão rebelde a Roma.

Há milênios não existe um tempo sem guerras sequenciais. Regimes tiranos, ditatoriais, sempre houve, promovendo ações de invasões e conquistas em grandes áreas territoriais vizinhas, implantando terror, latrocínios, genocídios, por séculos e séculos até os dias de hoje. A ganância de sistemas político-econômicos, e suas respectivas indústrias de armamentos, fazem com que em todos os continentes vários povos sofram com a destruição que os modernos artefatos bélicos causam.

“Si vis pacem, para bellum” = Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Teve uma vez que o próprio Jesus disse que não era esse tipo de paz, mundana, que Ele veio trazer à Terra, mas “a espada”, significando que, devido ao seu Evangelho, haveria discórdias entre as pessoas em geral, e até entre familiares.

No Brasil no final do império, o Positivismo de Auguste Comte (filósofo francês, 1798-1857) teve muita influência nos ideais republicanos, e ao se escolher a bandeira do Brasil, pós-Proclamação da República, decidiu-se adotar uma de suas ideias com a famosa frase “Ordem e Progresso”. Uma frase aparentemente bonita, sugestiva, mas que muitos ignoram tratar-se de um de seus conceitos insidiosos de que as autoridades não podem permitir rebeliões, greves, revoluções por busca de direitos, ou seja, só mantendo a ordem pública à força que o progresso social aconteceria. E isso fez com que muitos regimes se tornassem ditaduras.

Não é esse tipo de paz que o Senhor Jesus, que é Deus, nos deseja. A “Paz de Cristo” é sui generis, é totalmente diferenciada. Porque Ele é a própria PAZ. Só quem O tem, autenticamente, em seu interior, em seu modo de vida, em seu comportamento diário, consegue essa sua PAZ. Na verdade, o seu fiel seguidor, quem é de fato apaixonado por Ele, é alimentado com a sua seiva, a Eucaristia. Sua divina Carne e seu precioso Sangue penetram em nosso organismo, e assim assimilados, nos transformam em verdadeiros pacificadores, porque sua seiva é o Amor.

“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).